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Pagot diz que Ideli Salvatti pediu recursos para campanha eleitoral

Caio Junqueira, em Brasília

28/08/2012 14h52

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira na manhã desta terça-feira, o ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura Rodoviária (Dnit) Luiz Antonio Pagot afirmou que a então senadora Ideli Salvatti, hoje ministra das Relações Institucionais, pediu sua intermediação com empresas que tinham contratos com a autarquia para que fossem levantados recursos para sua campanha a governadora de Santa Catarina, em 2010.

Em 2008, o governo do Estado de São Paulo, à época chefiado por José Serra, pressionou o governo federal a assinar um aditivo em uma obra do Rodoanel. "A senadora Ideli teve em uma audiência no Dnit para tratar de três obras em Santa Catarina. No final, me fez um questionamento se eu podia ajudar na sua campanha falando com algumas empresas. Não indiquei as empresas. Disse que não poderia indicar. Acredito que ela ficou muito contrariada", disse.

Entretanto, Pagot não se comportou da mesma maneira quando o tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff, deputado José di Filippi (PT-SP), lhe pediu ajuda financeira. "Ele esteve duas vezes, uma no primeiro turno. Esteve comigo em uma reunião no Dnit. Mostrei um rol de empresas que trabalhavam no Dnit: 369. Ele disse que as maiores não precisavam se preocupar, mas se pudesse pegar umas 40 empresas para fazer uma solicitação para doação seria bom", afirmou Pagot.

Pagot, então, completou o relato: "Encontrando alguns empresários ou seus procuradores, acreditei que não cometia irregularidade de maneira nenhuma. Também não associei doação a ato administrativo. Não estabeleci percentuais. Posterirmente, verifiquei que algumas empresas, não mais que meia dúzia, me mandaram recibos eleitorais. Depois também constatei no site do Tribunal Superior Eleitoral que diversas empresas realmente fizeram doações".

Na segunda vez, depois do segundo turno: "Aí disse que não tinha mais possibilidade porque acreditei que as empresas não iriam contribuir".