Imunização contra a covid

As 12 trapalhadas do governo Bolsonaro na busca pelas vacinas

Por Carlos Madeiro

Caixa de entrada cheia

O governo federal ignorou 81 emails da Pfizer, em 2020. A empresa queria colocar o Brasil como uma das prioridades na entrega de vacinas contra a covid-19. Quando o país se interessou, já era 2021 e ficamos no fim da fila
Claudio Furlan/Dia Esportivo/Estadão Conteúdo

Virar jacaré?

Por falar em Pfizer, o presidente Jair Bolsonaro insinuou que quem se vacinasse com seu imunizante poderia virar jacaré. A declaração --sem qualquer fundamento-- serviu apenas de inspiração para manifestações a favor da vacina.
André Ribeiro/Futura Press/Estadão Conteúdo

Tchau #sqn

Bolsonaro desdenhou da "pressa" que a sociedade tinha pela chegada da vacina. Disse ainda, em dezembro de 2020, que a pandemia estava "indo embora". Um mês depois, o Amazonas viveu o caos, que precedeu o colapso no sistema de saúde do país todo
Isac Nóbrega/PR

Espera mais um pouco

O governo anunciou o início de uma campanha nacional de vacinação para três dias depois da aprovação pela Anvisa do uso da CoronaVac, como se não houvesse urgência. Governadores ignoraram a demora e vacinaram as primeiras pessoas no mesmo dia da aprovação, em 17 de janeiro
ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Índia e o 'balão' da AstraZeneca

Nessa mesma época, o governo anunciou que iria trazer da Índia doses da AstraZeneca. Um avião iria ao país no dia 14 de janeiro, mas ele acabou não saindo do Brasil. As doses, atrasadas, chegaram apenas no dia 22
Divulgação Governo de Minas Gerais

Negociação fantasma

O Ministério da Saúde chegou a tratar com o policial militar Luiz Paulo Dominguetti a compra de 400 milhões de doses de AstraZeneca, por intermédio de uma empresa americana. O laboratório produtor, porém, informou que o imunizante só é vendido diretamente a governos. Há ainda uma denúncia de cobrança de propina na negociação
Gabriela Biló/Estadão Conteúdo

Ataque à China

Falas de aliados e até de integrantes do governo atacando a China causaram mal-estar nas relações diplomáticas e impuseram uma demora no envio dos insumos necessários para fabricação de vacinas, em especial da CoronaVac
Wang Zhao/AFP

AM é o Amapá?

Em fevereiro, o governo enviou para o Amapá a carga com doses de vacina que deveria ir para o Amazonas. No dia seguinte, foi preciso uma nova viagem para desfazer o erro e trocar as remessas
UPS /ALF TV VCP

Tem, mas acabou

E a negociação da Covaxin? A vacina foi negociada com empenho pelo governo, mesmo antes de sua aprovação. A compra de 20 milhões de doses chegou ser anunciada em 25 de fevereiro, mas a aquisição acabou cancelada, após a suspeita de corrupção no contrato
Pavlo Gonchar/SOPA Images /LightRocket via Getty Images

Cadê as vacinas?

Atualização feita pelo Ministério da Saúde no dia 2 agosto mostrava que São Paulo tinha recebido 48,3 milhões de doses. Porém, na atualização do dia 6, esse número caiu para 41,9 milhões. Até hoje, o ministério não justificou o erro. Nesse período, SP alega ter recebido remessa menor e levou o caso ao STF (Supremo Tribunal Federal)
DEIVIDI CORREA/ESTADÃO CONTEÚDO

Deu pane no sistema

Erros nos registros de vacinas deram a entender que 26 mil pessoas teriam se vacinado com doses vencidas de AstraZeneca. O caso mobilizou prefeituras do país inteiro, que contestaram os dados
Lennart Preiss/AFP

Erraram o nome

Sobrou até para o nome da vacina: a equipe do presidente escreveu "Astrazenica" na legenda de pronunciamento oficial feito em 2 de junho. Ah, e Fiocruz não tem o "C" maiúsculo. Se os problemas fossem só os detalhes...
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Publicado em 15 de agosto de 2021.
Edição: Lúcia Valentim Rodrigues