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Governo erra nome de fabricante de vacina em pronunciamento de Bolsonaro

2.jun.2021 - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), durante pronunciamento em rede nacional de rádio e TV - Anderson Riedel/PR
2.jun.2021 - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), durante pronunciamento em rede nacional de rádio e TV Imagem: Anderson Riedel/PR

Do UOL, em São Paulo

02/06/2021 23h25

O governo errou o nome da fabricante de uma das vacinas distribuídas pelo Brasil, ao legendar o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), exibido em cadeia de rádio e TV, na noite de hoje. Escreveram "Astrazenica" —e não "AstraZeneca"— para comemorar a assinatura de acordo de transferência de tecnologia para a produção de imunizantes no país.

O erro de português não passou despercebido aos olhos de internautas mais atentos, nas redes sociais. "Não sabem nem o nome da vacina, de tanto que eles se importam com ela", ironizou a jornalista Rosana Hermann, em seu perfil no Twitter.

O vídeo com erro no nome do conglomerado anglo-sueco está disponível no perfil oficial da TV Brasil, no YouTube.

No pronunciamento, Bolsonaro disse que todos os brasileiros "que assim desejarem" serão vacinados contra a covid-19 até o fim do ano.

"Neste ano, todos os brasileiros que assim o desejarem serão vacinados, vacinas estas que foram aprovadas pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]. Ontem assinamos acordo de transferência de tecnologia para a produção de vacinas no Brasil entre a AstraZeneca e a Fiocruz [Fundação Oswaldo Cruz]. Com isso, passamos a integrar a elite de apenas cinco países que produzem vacina contra a covid-19 no mundo", afirmou.

Nesta quarta-feira, o Brasil registrou 2.390 novas mortes em decorrência da covid-19 —ao todo, o país contabiliza 467.702 óbitos desde o início da pandemia. Os dados são obtidos pelo consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte, junto às secretarias estaduais de saúde.

Em relação à vacinação, 47.026.256 pessoas receberam pelo menos uma dose de imunizante contra a doença, o que representa 22,21% da população do país, segundo o consórcio de veículos de imprensa. Especialistas dizem que, para controlar a pandemia, seria preciso vacinar ao menos 75% do público-alvo.

Alvo de protestos

Pressionado pelo número de mortes em decorrência da covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) virou alvo de manifestações em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife (PE), Maceió (AL), Vitória (ES) e João Pessoa (PB). Buzinaço, xingamentos e gritos de "Fora, Bolsonaro" e "Bolsonaro, genocida" também foram ouvidos durante o discurso do presidente, que durou cerca de cinco minutos.

Na capital paulista, manifestações ocorreram em bairros como Butantã, Barra Funda, Itaim Paulista, Bela Vista, Higienópolis, Santo Amaro e Tatuapé. No Rio, Copacabana, Ipanema, Leblon, Leme, Botafogo, Flamengo, Glória, Cosme Velho, Laranjeiras, Santa Teresa, Tijuca, Grajaú e Riachuelo, Jacarepaguá e Recreio dos Bandeirantes, registraram panelaços. Em Niterói, na Região Metropolitana, também houve.

Rio: Bate-boca entre apoiadores e críticos

Na rua Rodolfo Dantas, em Copacabana, na zona sul, ao final do pronunciamento e do panelaço, um morador executou em alto volume a "Canção do Exército" e foi intensamente vaiado. Em Botafogo, em meio ao panelaço uma mulher chamava os manifestantes de "maconheiros".

Nas redes sociais, a hashtag "panelaço" virou um dos assuntos mais comentados no Twitter. A imagem com o termo "Fora, Bozo" (apelido jocoso que faz referência ao presidente) espelhado em um prédio da região central de São Paulo também foi replicada por pessoas contrárias ao governo de Bolsonaro.

"O Brasil inteiro com #panelaço! O povo brasileiro não aceita as mentiras e crimes de Bolsonaro", escreveu Ciro Gomes, virtual adversário de Bolsonaro nas eleições do ano que vem.

Outros virtuais candidatos, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o tucano João Doria (PSDB) e o empresário João Amoêdo (Novo) não haviam se manifestado até a última atualização deste texto.