No palanque bolsonarista

Em ritmo de campanha, Bolsonaro tem percorrido o país e visitado sobretudo a cidades do Norte e do Nordeste. Nessas viagens, seu palanque é formado por aliados com papéis específicos.

Desde que se recuperou do coronavírus, no fim de julho, Bolsonaro passou por 13 estados. Além de inauguração de obras e divulgação de realizações, o rali presidencial tem uma finalidade estratégica.

Bolsonaro viajou com mais de 30 aliados, entre ministros, parlamentares e auxiliares, que estiveram em seu palanque mais de uma vez. Dessa lista, quatro nomes se destacam.

Tarcísio é tido como trunfo de Bolsonaro na tentativa de alavancar a campanha à reeleição em 2022. A reputação com o presidente tem motivo: internamente, é elogiado por "falar pouco" e "entregar muito".

Antes de Bolsonaro começar a viajar pelo país, Tarcísio já tinha agenda própria de inaugurações e entregas de obras. Isso deu ao ministro capacidade de interlocução com lideranças locais e projeção dentro do governo.

A relação de confiança entre Bolsonaro e Guimarães cresceu na pandemia devido ao auxílio emergencial. O socorro financeiro ajudou a impulsionar a popularidade do presidente, em especial no Nordeste.

Com o plano de concorrer à reeleição saindo do papel, Bolsonaro passou a levar Guimarães nas viagens, como a da abertura de agência da Caixa na Ilha de Marajó, no Pará (foto), que serviu para exaltar o auxílio emergencial.

A chegada de Marinho ao governo, em fevereiro, coincidiu com a aproximação entre Bolsonaro e o centrão, o bloco informal que hoje é a base de apoio do Executivo no Congresso.

A aliança com o centrão costurou a entrada de Fábio Faria no Executivo. Com Marinho, ele articula as agendas de Bolsonaro e alinha estratégias para o "ciclo positivo" do governo, do qual as viagens são um capítulo central.