Bandeiras em punho

Invasão do Capitólio nos EUA levou símbolos de ódio, racismo e negacionismo ao coração da democracia

Por Jamil Chade

Sinais dos tempos

Na semana passada, a invasão do Congresso americano chocou o mundo. Para muitos, a democracia estava sob ataque e a responsabilidade de Donald Trump de incitar a violência deveria ser punida. A invasão também foi marcada por um segundo aspecto: a entrada de símbolos racistas e do ódio num dos locais sagrados da república nos Estados Unidos.
Samuel Corum/Getty Images/AFP

FBI alerta para "guerra"

Num informe interno, o FBI alertou para o risco de “guerra” diante das informações que coletou às vésperas do evento. Para a posse de Joe Biden, 15 mil soldados da Guarda Nacional serão enviados à capital americana. Para entender estes componentes da direita americana, o UOL preparou um pequeno glossário de símbolos usados e o que eles representam.
SHANNON STAPLETON/REUTERS

Kekistão

Bandeira repete os símbolos de guerra dos nazistas alemães. Nos EUA, movimento foi criado por supremacistas brancos e promovido em grupos de chat na internet que difundem ódio, conhecidos como 4chan
Reprodução

Forcas

Na manifestação, forcas eram vistas enquanto nas redes sociais grupos se referiam ao “Day of the Rope”, o dia da corda. Trata-se de um símbolo de supremacistas, usado para alertar “traidores da raça”: movimentos sociais, políticos ou jornalistas que não defendam a superioridade branca.
Andrew CABALLERO-REYNOLDS / AFP

Ícone branco

Invasores exibiram a bandeira confederada, símbolo dos estados que lutavam pela permanência da escravidão na Guerra Civil americana. Hoje, é ícone da luta de supremacistas por suas ideias.
REUTERS/Mike Theiler

A cobra

Outra bandeira vista no local foi a de Gadsden. O símbolo mudou de significado ao longo de séculos. Se foi antes da independência americana um sinal de resistência, ela depois foi assumida pelo movimento Tea Party e hoje é uma demonstração de intolerância e racismo, além de uma bandeira do movimento que defende o direito de andar armado.
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Milícia

O grupo Proud Boys é conhecido por sua violência. Parte deles se identifica fazendo um sinal de “ok” com as mãos, um código sobre fazer parte de um grupo que defende o “white power”.
Michael Ciaglo/Getty Images/AFP

QAnon

Amplamente visíveis eram os membros do movimento QAnon, que promovem versões da teoria da conspiração sobre diversos temas. Sobre Trump, a alegação do grupo é de que o presidente derrotado está em uma batalha contra o “deep-state”, repleto de pedófilos.
REUTERS/Jonathan Ernst

Três por cento

O símbolo III, em uma bandeira americana. Trata-se do emblema do grupo Three Percenters (3 Por cento), considerado uma milícia contra a eleição de Barack Obama. O nome evoca uma narrativa de que apenas 3% dos americanos lutaram contra os britânicos pela independência dos EUA.
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Publicado em 13 de janeiro de 2021.
Edição: Marco Britto
Reportagem: Jamil Chade

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