Morreu, no último dia 15, a paciente que passou a ser chamada de "Clarinha", em coma há 24 anos sem qualquer identificação, no HPM-ES (Hospital Militar do Espírito Santo), em Vitória.
A informação da morte da mulher foi confirmada pelo hospital. Ela havia passado mal e sofreu uma broncoaspiração.
Apelidada de "Clarinha", devido à sua pele muito clara, ela foi atropelada por um ônibus no centro de Vitória, em 12 de junho de 2000.
Na ocasião, não havia documentos de identificação com ela e desde então passou o resto da vida em hospitais.
"A gente tinha que chamar ela de algum nome. O nome 'não identificada' é muito complicado para se falar", afirmou à época o médico que cuidou da mulher ao longo dos anos.
Após o acidente, ela foi encaminhada ao antigo Hospital São Lucas, onde passou por várias cirurgias.
Divulgação/Prefeitura de São Paulo -SP
No entanto, o trauma cerebral resultante a deixou em um estado de coma do qual ela não conseguiu se recuperar.
Devido à falta de documentos e à impossibilidade de identificação pelas digitais, o hospital não conseguiu identificar a paciente.
Apesar das tentativas de localizar conhecidos entre as testemunhas do acidente, nenhuma informação sobre ela foi obtida.
Assim, ela foi transferida para o HPM-ES (Hospital Militar do Espírito Santo), em Vitória, onde permaneceu em tratamento.
Segundo o MP-ES (Ministério Público do Espírito Santo), testemunhas relataram que ela estava fugindo de alguém.
Porém, a identidade do perseguidor permaneceu desconhecida, assim como a de Clarinha.
Sem documentos oficiais, Clarinha poderia ser sepultada como 'indigente' após passar pelo Serviço de Verificação de Óbito (SVO).
Porém, os médicos e enfermeiros do hospital estão se mobilizando para garantir a ela um funeral digno, segundo informa a imprensa local.