Risco de novo hematoma no crânio de Lula é baixo, dizem médicos
O risco de um novo hematoma se formar entre a parte óssea e o cérebro de Lula é baixo, de acordo com a avaliação da equipe médica. Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (12), no hospital Sírio-Libanês, os médicos detalharam o procedimento realizado pelo presidente.
O que aconteceu
Médicos avaliam que risco de hematoma se repetir diminui a cada dia. "Hoje, a probabilidade de se refazer é menos de 5%. O hematoma que ele tinha do outro lado já tinha sido absorvido e, aparentemente, todas as folhas da meninge estão cicatrizadas. As chances de se refazer são praticamente nulas", afirmou o médico Rogério Tuma.
Depois da queda, Lula desenvolveu um higroma, explicou a equipe médica. "[É] como se fosse um hematoma mais líquido dos dois lados [do crânio]. Do lado esquerdo, houve um crescimento, depois uma diminuição, aí ele se refez mais agudamente. Do outro lado, teve um crescimento muito lento, depois foi absorvido e desapareceu", disse Tuma.
O hematoma foi drenado na cirurgia de terça-feira (10), e hoje houve um novo procedimento de caráter preventivo. "A coleção [acúmulo de líquidos] tem uma cápsula, uma membrana, que se forma no processo inflamatório, feita pelas folhas da meningite", explica o médico. "Foi feita preventivamente a embolização da artéria que une os vasos dessa cápsula. Tirando essa nutrição de sangue, diminui muito o risco de o hematoma se refazer."
Dreno deve ser retirado às 19h desta quinta-feira, de acordo com o cardiologista Roberto Kalil. O próximo boletim médico será divulgado somente após esse procedimento. Não há previsão, até o momento, para que Lula deixe a UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
Sem sangramento entre procedimentos
Lula não teve nenhum tipo de sangramento entre os procedimentos, disse Kalil. Ele afirmou que o segundo procedimento não foi comunicado antes porque foi discutido com os demais médicos da equipe após a evolução do quadro de Lula. "O presidente foi comunicado desse procedimento de hoje ontem à tarde", disse Kalil.
Kalil disse que o procedimento estava sendo discutido entre os médicos da equipe. "Desde a noite em que foi feita a drenagem, a embolização já tinha sido discutida, só se esperava a evolução do presidente para fazê-la. O que foi feito hoje é para minimizar os riscos de novos sangramentos."
Recomendação de repouso
Kalil disse que Lula tem recomendação de repouso relativo. "Ele faz atividades físicas todos os dias. Provavelmente, o reinício dessas atividades será postergado. Ele vai continuar o acompanhamento com a equipe médica de Brasília. Hoje, o presidente vai continuar monitorado em UTI", afirma. "A orientação é de repouso relativo."
Segundo o médico, Lula não deve fazer esforços físicos nem mentais. Também é recomendado que o presidente não trabalhe enquanto está no hospital. "Mas ele está apto a praticar qualquer atividade", disse.
Lula está comendo e conversando, informaram os médicos. "Quem trabalha com a mente nunca para. A orientação é evitar qualquer tipo de estresse, o que é impossível na posição dele. Ele está sentado, conversando e andando pra lá e pra cá", disse Kalil.
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