Exportações do Brasil cresceram acima da média em 2005
O Brasil aumentou as suas exportações em um ritmo quase duas vezes mais rápido do que a média mundial em 2005 graças, em parte, à alta dos preços das commodities nos mercados internacionais, revela um estudo da Organização Mundial do Comércio (OMC) divulgado nesta quarta-feira.
Segundo o levantamento, as exportações do país aumentaram em 23% no ano passado, enquanto que o comércio internacional total cresceu 13% no mesmo período.
"Esse aumento foi parcialmente provocado pelo crescimento da demanda na China e pela recuperação da economia na América Latina", disse o economista da OMC Michael Finger, um dos autores do estudo, em entrevista por telefone à BBC Brasil.
Crescendo abaixo da média do resto da América do Sul e Central, de 7,4%, o Brasil, que teve um crescimento de 2,3%, se aproveitou do crescimento dos vizinhos para exportar mais, mas, também divergindo do resto da região, importou menos produtos do que a média.
"A média regional de importações esconde os desdobramentos contrastantes entre o Brasil e as outras economias da região. A última cresceu 17% em volume enquanto que as importações de produtos pelo Brasil se expandiram em apenas 5%", diz a OMC.
Para Finger, os dois movimentos - o aumento das exportações e o crescimento moderado das importações - são reflexos do baixo crescimento do PIB brasileiro. Sem um mercado interno forte, argumenta, "você importa menos e tem excesso de capacidade para exportar".
Serviços
Ainda assim, o economista ressalta que as importações brasileiras de produtos cresceram numa velocidade duas vezes maior do que o PIB.
No setor de serviços, aliás, o Brasil importou em níveis muito superiores à média da região e do mundo. "O Brasil registrou uma expansão consideravelmente forte no seu comércio de serviços. As importações cresceram em 38% (acima da média regional, de 20%, que já foi o dobro da mundial), para US$ 22,43 bilhões", diz o relatório.
O desempenho do Brasil nas exportações do setor também ficou bem acima da média regional. Enquanto o conjunto dos países da América do Sul e Central exportou mais 19% em serviços, o Brasil aumentou em 28% a sua participação no setor - que, ainda assim, continua representando 0,6% do total.
Na venda de merchandise, categoria que inclui todos os produtos (agrícolas, manufaturados, combustíveis e outros) menos serviços, o Brasil superou a média regional em volume: exportou 9% mais em 2005, enquanto o resto da região oscilou em 8%. Em valores, o aumento no Brasil foi de 23%, e no resto da região, de 26%.
Fatia pequena
O documento destaca o bom desempenho do Brasil no setor agrícola, no qual o país aumentou as suas exportações em 14%, índice bem acima de exportadores como Estados Unidos, Canadá, Malásia e Tailândia, que tiveram aumentos entre 2% (Malásia) e 4% (EUA).
De uma forma geral, no entanto, a "fatia" brasileira no comércio mundial continua relativamente pequena.
"Entre 2000 e 2005, a participação do Brasil cresceu de 0,7% para 0,8%, um crescimento muito marginal, se comparado com o da China, cuja fatia cresceu de 4,7% em 2000 para 9,6% em 2005", afirma o economista da OMC.
Sobre o fato de o crescimento das exportações brasileiras ter se dado principalmente com base na expansão das exportações agrícolas, setor que menos cresceu no comércio mundial, Finger disse que não se trata de um problema no curto prazo, porque o preço das commodities continua alto, mas diz que isso pode mudar caso os preços também mudem.
Enquanto a agricultura cresceu 8% em 2005, o setor de combustíveis e minérios foi o que mais cresceu: 36%, em boa parte por causa da alta do petróleo.
Comércio regional
O relatório menciona o contraste da "atividade econômica marcadamente mais fraca no Brasil" com o resto da região, onde, com a ajuda dos preços das commodities, mais de 15 países registraram crescimento de pelo menos 5%, e três deles (Argentina, República Dominicana e Venezuela), de 9%.
"A renovada força econômica da região está muito ligada à explosão global das commodities que aumentou não só a confiança dos investidores na região mas contribuiu para uma real apreciação das moedas em alguns países, particularmente as do Brasil e do Chile", diz o relatório.
De acordo com o levantamento da OMC, o comércio intra-regional cresceu 27%, respondendo por quase um quarto do comércio total desses países. Apesar da recuperação, diz o relatório, as trocas intra-regionais continuam abaixo dos níveis de 2000.
"A América do Norte continuou sendo o destino mais importante para as exportações da América do Sul e Central (33%), embora a sua proporção tenha caído consideravelmente desde 2000, quando respondia por 39%."
Para a Europa, o crescimento de exportações foi de 15% - o menor registrado entre os destinos das exportações da região.
Além do fraco desempenho econômico, a Europa foi a região que menos expandiu as suas exportações, embora mantenha a liderança no exportação de serviços, diz o relatório.
Continua...
Segundo o levantamento, as exportações do país aumentaram em 23% no ano passado, enquanto que o comércio internacional total cresceu 13% no mesmo período.
"Esse aumento foi parcialmente provocado pelo crescimento da demanda na China e pela recuperação da economia na América Latina", disse o economista da OMC Michael Finger, um dos autores do estudo, em entrevista por telefone à BBC Brasil.
Crescendo abaixo da média do resto da América do Sul e Central, de 7,4%, o Brasil, que teve um crescimento de 2,3%, se aproveitou do crescimento dos vizinhos para exportar mais, mas, também divergindo do resto da região, importou menos produtos do que a média.
"A média regional de importações esconde os desdobramentos contrastantes entre o Brasil e as outras economias da região. A última cresceu 17% em volume enquanto que as importações de produtos pelo Brasil se expandiram em apenas 5%", diz a OMC.
Para Finger, os dois movimentos - o aumento das exportações e o crescimento moderado das importações - são reflexos do baixo crescimento do PIB brasileiro. Sem um mercado interno forte, argumenta, "você importa menos e tem excesso de capacidade para exportar".
Serviços
Ainda assim, o economista ressalta que as importações brasileiras de produtos cresceram numa velocidade duas vezes maior do que o PIB.
No setor de serviços, aliás, o Brasil importou em níveis muito superiores à média da região e do mundo. "O Brasil registrou uma expansão consideravelmente forte no seu comércio de serviços. As importações cresceram em 38% (acima da média regional, de 20%, que já foi o dobro da mundial), para US$ 22,43 bilhões", diz o relatório.
O desempenho do Brasil nas exportações do setor também ficou bem acima da média regional. Enquanto o conjunto dos países da América do Sul e Central exportou mais 19% em serviços, o Brasil aumentou em 28% a sua participação no setor - que, ainda assim, continua representando 0,6% do total.
Na venda de merchandise, categoria que inclui todos os produtos (agrícolas, manufaturados, combustíveis e outros) menos serviços, o Brasil superou a média regional em volume: exportou 9% mais em 2005, enquanto o resto da região oscilou em 8%. Em valores, o aumento no Brasil foi de 23%, e no resto da região, de 26%.
Fatia pequena
O documento destaca o bom desempenho do Brasil no setor agrícola, no qual o país aumentou as suas exportações em 14%, índice bem acima de exportadores como Estados Unidos, Canadá, Malásia e Tailândia, que tiveram aumentos entre 2% (Malásia) e 4% (EUA).
De uma forma geral, no entanto, a "fatia" brasileira no comércio mundial continua relativamente pequena.
"Entre 2000 e 2005, a participação do Brasil cresceu de 0,7% para 0,8%, um crescimento muito marginal, se comparado com o da China, cuja fatia cresceu de 4,7% em 2000 para 9,6% em 2005", afirma o economista da OMC.
Sobre o fato de o crescimento das exportações brasileiras ter se dado principalmente com base na expansão das exportações agrícolas, setor que menos cresceu no comércio mundial, Finger disse que não se trata de um problema no curto prazo, porque o preço das commodities continua alto, mas diz que isso pode mudar caso os preços também mudem.
Enquanto a agricultura cresceu 8% em 2005, o setor de combustíveis e minérios foi o que mais cresceu: 36%, em boa parte por causa da alta do petróleo.
Comércio regional
O relatório menciona o contraste da "atividade econômica marcadamente mais fraca no Brasil" com o resto da região, onde, com a ajuda dos preços das commodities, mais de 15 países registraram crescimento de pelo menos 5%, e três deles (Argentina, República Dominicana e Venezuela), de 9%.
"A renovada força econômica da região está muito ligada à explosão global das commodities que aumentou não só a confiança dos investidores na região mas contribuiu para uma real apreciação das moedas em alguns países, particularmente as do Brasil e do Chile", diz o relatório.
De acordo com o levantamento da OMC, o comércio intra-regional cresceu 27%, respondendo por quase um quarto do comércio total desses países. Apesar da recuperação, diz o relatório, as trocas intra-regionais continuam abaixo dos níveis de 2000.
"A América do Norte continuou sendo o destino mais importante para as exportações da América do Sul e Central (33%), embora a sua proporção tenha caído consideravelmente desde 2000, quando respondia por 39%."
Para a Europa, o crescimento de exportações foi de 15% - o menor registrado entre os destinos das exportações da região.
Além do fraco desempenho econômico, a Europa foi a região que menos expandiu as suas exportações, embora mantenha a liderança no exportação de serviços, diz o relatório.
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