Etanol não é solução para aquecimento global, diz jornal
O diário britânico The Independent questiona em sua reportagem de capa e em seu editorial desta segunda-feira as vantagens do etanol, alertando para os possíveis problemas ambientais causados pelo aumento na produção do combustível e afirmando que a substituição do petróleo pelo álcool não é a solução para combater o aquecimento global.
O jornal afirma que a visita do presidente George W. Bush ao Brasil nesta semana e a perspectiva da criação de uma “Opep do etanol&?8221;, nos moldes do cartel dos produtores de petróleo, &?8220;vem atraindo frenéticos investimentos em biocombustíveis nas Américas&?8221;.
A reportagem observa que &?8220;para seus defensores, o etanol, que pode ser produzido a partir de milho, cevada, trigo, cana-de-açúcar ou beterraba, é uma panacéia verde &?8211; uma fonte de energia renovável e limpa, que nos veria trocar poços de petróleo decadentes por plantações sem limite para satisfazer nossas necessidades de energia&?8221;.
Mas o Independent observa que um crescente número de economistas, cientistas e ambientalistas vêm alertando para os problemas que o crescimento acelerado na produção de etanol pode provocar.
&?8220;A perspectiva de um aumento súbito na demanda por etanol está provocando preocupações sérias até mesmo no Brasil&?8221;, diz o jornal. &?8220;A indústria do etanol tem sido ligada à poluição do ar e da água em escala épica, além do desmatamento tanto na Amazônia como nas florestas tropicais atlânticas e à destruição do cerrado brasileiro.&?8221;
O editorial do jornal afirma que o problema é que os americanos e europeus esperam que a substituição do petróleo pelo álcool combustível ocorra sem sobressaltos e não altere seus estilos de vida.
O texto lembra que o desmatamento de florestas para o cultivo de matérias-primas para o etanol, como milho ou cana-de-açúcar, pode provocar ainda mais aquecimento do que combater as mudanças climáticas, e que o aumento nos preços dos alimentos provocado pela demanda por terra ameaça a população mais pobre.
&?8220;Simplesmente substituir o uso de combustíveis fósseis pelo etanol não vai nos livrar de nosso dilema. Isso não vai &?8216;salvar o planeta&?8217;, pelo menos não por si só. Isso vai exigir também uma redução aguda no consumo de combustível&?8221;, conclui o editorial.
Visita de Bush
A visita de Bush ao Brasil é &?8220;a parada mais importante&?8221; em sua viagem à América Latina, segundo reportagem publicada nesta segunda-feira pelo Wall Street Journal.
&?8220;Bush pretende acelerar sua iniciativa em prol dos combustíveis alternativos, anunciando uma pareceria estratégica com o Brasil para ampliar o mercado mundial para o etanol&?8221;, relata o jornal.
A reportagem observa que Lula deve reivindicar uma redução nas tarifas de importação que os Estados Unidos impõem sobre o etanol brasileiro, mas avalia que &?8220;as possibilidades de conseguir isso são pequenas no Congresso dos Estados Unidos, onde parlamentares eleitos por regiões agrícolas tendem a proteger a produção local de álcool do milho&?8221;.
A viagem de Bush à América Latina também ganhou destaque na imprensa da Argentina, país que não está na rota da visita.
Segundo o diário Clarín, &?8220;há até agora apenas uma única certeza&?8221; sobre a reunião entre Lula e Bush em São Paulo, na sexta-feira: &?8220;É a convicção de que ambos os países fecharão um &?8216;acordo macro&?8217; &?8211; ou seja, de intenções &?8211; sobre o etanol&?8221;.
O jornal afirma, porém, que &?8220;os funcionários de Bush já alertaram seus colegas brasileiros de que não haverá nenhuma espécie de &?8216;concessão&?8217; nesse terreno aos produtores de etanol no Brasil&?8221; e que o governo de Lula já foi avisado de que não haverá abertura do mercado americano ao produto brasileiro.
Já o diário La Nación afirma que a visita de Bush &?8220;tentará mostrar, na prática, que a região interessa aos Estados Unidos, apesar de sua obsessão por Iraque, Irã e o resto do Oriente Médio e, também, de todos os desafios que Hugo Chávez e seus aliados queiram lhe apresentar&?8221;.
Segundo o jornal, &?8220;o próprio Bush decidiu que o Brasil deveria ser parte da viagem por questões estratégicas e pessoais&?8221;. &?8220;Dizem, em Washington, que ele sente &?8216;afinidade&?8217; por Luiz Inácio Lula da Silva, que seria recíproca&?8221;, diz o jornal.
Em outra reportagem, o jornal afirma que &?8220;a iminente visita de Bush já começou a ser sentida no Brasil, no Uruguai e na Colômbia, onde estão sendo montados imensos esquemas de segurança, para que nada falhe&?8221;.
Controle da Vivo
Reportagem do britânico Financial Times relata que, após derrotar uma tentativa de compra hostil da empresa portuguesa Sonaecom, a Portugal Telecom poderia disputar com a espanhola Telefónica o controle da Vivo, a maior operadora de telefones celulares do Brasil.
&?8220;Uma batalha pela Vivo é uma das várias repercussões em potencial do colapso da tentativa de compra pela Sonaecom, que colocou outros planos estratégicos dos grupos de telecomunicações portugueses em compasso de espera por quase 14 meses&?8221;, diz a reportagem.
Portugal Telecom e a Telefónica são parceiras com cotas iguais em uma holding que controla 63% das ações da Vivo, mas o presidente da empresa portuguesa disse que a empresa buscará assumir o controle da companhia, especialmente considerando que &?8220;eles falam português no Brasil, não espanhol&?8221;.
De acordo com a reportagem, a Sonaecom havia indicado a intenção de vender a participação na Vivo caso tivesse sucesso em sua tentativa de compra da Portugal Telecom. A Telefónica também já manifestou a intenção de comprar a participação da parceira portuguesa.
O jornal afirma que a visita do presidente George W. Bush ao Brasil nesta semana e a perspectiva da criação de uma “Opep do etanol&?8221;, nos moldes do cartel dos produtores de petróleo, &?8220;vem atraindo frenéticos investimentos em biocombustíveis nas Américas&?8221;.
A reportagem observa que &?8220;para seus defensores, o etanol, que pode ser produzido a partir de milho, cevada, trigo, cana-de-açúcar ou beterraba, é uma panacéia verde &?8211; uma fonte de energia renovável e limpa, que nos veria trocar poços de petróleo decadentes por plantações sem limite para satisfazer nossas necessidades de energia&?8221;.
Mas o Independent observa que um crescente número de economistas, cientistas e ambientalistas vêm alertando para os problemas que o crescimento acelerado na produção de etanol pode provocar.
&?8220;A perspectiva de um aumento súbito na demanda por etanol está provocando preocupações sérias até mesmo no Brasil&?8221;, diz o jornal. &?8220;A indústria do etanol tem sido ligada à poluição do ar e da água em escala épica, além do desmatamento tanto na Amazônia como nas florestas tropicais atlânticas e à destruição do cerrado brasileiro.&?8221;
O editorial do jornal afirma que o problema é que os americanos e europeus esperam que a substituição do petróleo pelo álcool combustível ocorra sem sobressaltos e não altere seus estilos de vida.
O texto lembra que o desmatamento de florestas para o cultivo de matérias-primas para o etanol, como milho ou cana-de-açúcar, pode provocar ainda mais aquecimento do que combater as mudanças climáticas, e que o aumento nos preços dos alimentos provocado pela demanda por terra ameaça a população mais pobre.
&?8220;Simplesmente substituir o uso de combustíveis fósseis pelo etanol não vai nos livrar de nosso dilema. Isso não vai &?8216;salvar o planeta&?8217;, pelo menos não por si só. Isso vai exigir também uma redução aguda no consumo de combustível&?8221;, conclui o editorial.
Visita de Bush
A visita de Bush ao Brasil é &?8220;a parada mais importante&?8221; em sua viagem à América Latina, segundo reportagem publicada nesta segunda-feira pelo Wall Street Journal.
&?8220;Bush pretende acelerar sua iniciativa em prol dos combustíveis alternativos, anunciando uma pareceria estratégica com o Brasil para ampliar o mercado mundial para o etanol&?8221;, relata o jornal.
A reportagem observa que Lula deve reivindicar uma redução nas tarifas de importação que os Estados Unidos impõem sobre o etanol brasileiro, mas avalia que &?8220;as possibilidades de conseguir isso são pequenas no Congresso dos Estados Unidos, onde parlamentares eleitos por regiões agrícolas tendem a proteger a produção local de álcool do milho&?8221;.
A viagem de Bush à América Latina também ganhou destaque na imprensa da Argentina, país que não está na rota da visita.
Segundo o diário Clarín, &?8220;há até agora apenas uma única certeza&?8221; sobre a reunião entre Lula e Bush em São Paulo, na sexta-feira: &?8220;É a convicção de que ambos os países fecharão um &?8216;acordo macro&?8217; &?8211; ou seja, de intenções &?8211; sobre o etanol&?8221;.
O jornal afirma, porém, que &?8220;os funcionários de Bush já alertaram seus colegas brasileiros de que não haverá nenhuma espécie de &?8216;concessão&?8217; nesse terreno aos produtores de etanol no Brasil&?8221; e que o governo de Lula já foi avisado de que não haverá abertura do mercado americano ao produto brasileiro.
Já o diário La Nación afirma que a visita de Bush &?8220;tentará mostrar, na prática, que a região interessa aos Estados Unidos, apesar de sua obsessão por Iraque, Irã e o resto do Oriente Médio e, também, de todos os desafios que Hugo Chávez e seus aliados queiram lhe apresentar&?8221;.
Segundo o jornal, &?8220;o próprio Bush decidiu que o Brasil deveria ser parte da viagem por questões estratégicas e pessoais&?8221;. &?8220;Dizem, em Washington, que ele sente &?8216;afinidade&?8217; por Luiz Inácio Lula da Silva, que seria recíproca&?8221;, diz o jornal.
Em outra reportagem, o jornal afirma que &?8220;a iminente visita de Bush já começou a ser sentida no Brasil, no Uruguai e na Colômbia, onde estão sendo montados imensos esquemas de segurança, para que nada falhe&?8221;.
Controle da Vivo
Reportagem do britânico Financial Times relata que, após derrotar uma tentativa de compra hostil da empresa portuguesa Sonaecom, a Portugal Telecom poderia disputar com a espanhola Telefónica o controle da Vivo, a maior operadora de telefones celulares do Brasil.
&?8220;Uma batalha pela Vivo é uma das várias repercussões em potencial do colapso da tentativa de compra pela Sonaecom, que colocou outros planos estratégicos dos grupos de telecomunicações portugueses em compasso de espera por quase 14 meses&?8221;, diz a reportagem.
Portugal Telecom e a Telefónica são parceiras com cotas iguais em uma holding que controla 63% das ações da Vivo, mas o presidente da empresa portuguesa disse que a empresa buscará assumir o controle da companhia, especialmente considerando que &?8220;eles falam português no Brasil, não espanhol&?8221;.
De acordo com a reportagem, a Sonaecom havia indicado a intenção de vender a participação na Vivo caso tivesse sucesso em sua tentativa de compra da Portugal Telecom. A Telefónica também já manifestou a intenção de comprar a participação da parceira portuguesa.