Intelectual francês defende Brasil como 'biocivilização'
O Brasil pode ser um exemplo de "biocivilização" se souber articular a biodiversidade disponível no país com o bom uso da tecnologia, defendeu durante palestra em São Paulo o intelectual francês Ignacy Sachs.
"Vocês já têm grandes vantagens comparativas naturais, têm de portencializá-las com vantagens comparativas construídas", afirmou Sachs, que apresentou suas idéias de desenvolvimento sustentável durante evento no Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social.
Para Sachs, as atuais oportunidades econômicas geradas pelo etanol colocam o Brasil numa encruzilhada, em que o país deve escolher entre um modelo que vá reforçar um crescimento baseado na concentração de renda e exclusão social ou um que construa o mesmo volume de riqueza, mas integre os agricultores familiares.
"Os próximos cinco anos serão de extrema importância porque vão decidir o rumo que o Brasil rural vai tomar no próximo século", afirmou o professor da Escolas de Estudos Avançados de Ciências Sociais, em Paris.
Sistemas integrados
Segundo Sachs, de origem polonesa, ampliar a área de plantio da cana de forma a atender às necessidades do mercado externo é tecnicamente possível, mas é preciso avaliar que modelo social isso exigiria.
Na sua avaliação, até agora, o etanol brasileiro, apesar do "grande sucesso técnico e econômico", do ponto de vista social reforçou o modelo de crescimento concentrador e excludente.
O intelectual defende o conceito de "sistemas integrados de produção de alimentos e energia", em que cultivos como a cana, por exemplo, sejam articulados com outras atividades que geram oportunidades de trabalho e renda para o agricultor familiar.
Sachs diz ver uma "sinalização positiva" do governo nesse sentido para o caso do biodiesel, mas não para o etanol, em que a situação é muito mais complexa, com grandes empresas e capital estrangeiro envolvidos.
Ele rejeita as críticas de ambientalistas de que matérias-primas para biocombustíveis estariam ocupando terras que deveriam ser usadas para plantar alimentos.
"Estômagos não estão vazios por falta de alimento e sim por falta de poder aquisitivo", disse Sachs.
Por outro lado, ele defende que a relação custo-benefício deva ser uma das variáveis examinadas para escolher o investimento numa opção energética.
Para o intelectual, os custos sociais e ambientais são partes fundamentais da equação.
"Vocês já têm grandes vantagens comparativas naturais, têm de portencializá-las com vantagens comparativas construídas", afirmou Sachs, que apresentou suas idéias de desenvolvimento sustentável durante evento no Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social.
Para Sachs, as atuais oportunidades econômicas geradas pelo etanol colocam o Brasil numa encruzilhada, em que o país deve escolher entre um modelo que vá reforçar um crescimento baseado na concentração de renda e exclusão social ou um que construa o mesmo volume de riqueza, mas integre os agricultores familiares.
"Os próximos cinco anos serão de extrema importância porque vão decidir o rumo que o Brasil rural vai tomar no próximo século", afirmou o professor da Escolas de Estudos Avançados de Ciências Sociais, em Paris.
Sistemas integrados
Segundo Sachs, de origem polonesa, ampliar a área de plantio da cana de forma a atender às necessidades do mercado externo é tecnicamente possível, mas é preciso avaliar que modelo social isso exigiria.
Na sua avaliação, até agora, o etanol brasileiro, apesar do "grande sucesso técnico e econômico", do ponto de vista social reforçou o modelo de crescimento concentrador e excludente.
O intelectual defende o conceito de "sistemas integrados de produção de alimentos e energia", em que cultivos como a cana, por exemplo, sejam articulados com outras atividades que geram oportunidades de trabalho e renda para o agricultor familiar.
Sachs diz ver uma "sinalização positiva" do governo nesse sentido para o caso do biodiesel, mas não para o etanol, em que a situação é muito mais complexa, com grandes empresas e capital estrangeiro envolvidos.
Ele rejeita as críticas de ambientalistas de que matérias-primas para biocombustíveis estariam ocupando terras que deveriam ser usadas para plantar alimentos.
"Estômagos não estão vazios por falta de alimento e sim por falta de poder aquisitivo", disse Sachs.
Por outro lado, ele defende que a relação custo-benefício deva ser uma das variáveis examinadas para escolher o investimento numa opção energética.
Para o intelectual, os custos sociais e ambientais são partes fundamentais da equação.