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Carla Araújo

REPORTAGEM

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Sozinho em novos 'debates', Bolsonaro quer impor narrativa e emparedar Lula

Momento em que Bolsonaro coloca a mão no ombro de Lula no debate na Band - Renato Pizzutto/Band
Momento em que Bolsonaro coloca a mão no ombro de Lula no debate na Band Imagem: Renato Pizzutto/Band

e Felipe Pereira, do UOL, em Brasília e em São Paulo

17/10/2022 16h25Atualizada em 17/10/2022 19h29

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) quer aproveitar os próximos 'debates' - que serão promovidos pelo SBT, na sexta-feira (21), e pela Record, no domingo (23) — para tentar desgastar a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e diminuir a vantagem do petista nas urnas.

A campanha de Bolsonaro, entretanto, ainda trabalha no que pode ser uma chance de Bolsonaro "controlar a narrativa".

Isso porque, segundo integrantes do PT, Lula realmente não pretende comparecer aos dois encontros e só deve participar de dois debates neste segundo turno — o de ontem promovido pela Band, UOL, Folha e TV Cultura e o da véspera do pleito, que é organizado pela TV Globo.

Pelas regras definidas pelas emissoras e compartilhadas com as campanhas, o candidato que se ausenta do encontro tem a cadeira e o púlpito vazios.

Do lado da campanha de Bolsonaro, alguns auxiliares lançam dúvidas da estratégia do petista de se ausentar e dizem acreditar que ele ainda pode acabar comparecendo.

Apesar disso, a avaliação é que é preciso que o presidente tente aproveitar ao máximo o tempo das duas sabatinas para "bater em Lula" e também tentar exaltar "feitos do governo". A participação de Bolsonaro não será totalmente "um monólogo", já que há a previsão de perguntas de jornalistas aos candidatos.

A avaliação é que Bolsonaro conseguiu reverter a vantagem inicial no debate de ontem e terminou sua participação no mínimo "empatado" com Lula. Agora, porém, sem o petista, apesar de reconhecerem que há um atrativo menor, a expectativa é falar para indecisos.

Campanha contra a abstenção

Bolsonaro também vai reforçar a mensagem para tentar estimular o eleitor a comparecer às urnas.

Apesar de o índice de abstenção ser maior em camadas mais pobres da população, a campanha do presidente salienta que é preciso buscar votos para além dos que foram divididos pelos outros concorrentes do primeiro turno.