Israel solta prisioneiro palestino-brasileiro como parte do pacto com Hamas
Um palestino com nacionalidade brasileira foi solto pelo governo de Israel, como parte do acordo que prevê a liberação de reféns israelenses mantidos pelo Hamas em Gaza. A informação foi confirmada por membros do governo brasileiro.
Pelo acordo de cessar-fogo estabelecido entre o governo de Benjamin Netanyahu e o Hamas, há 15 dias, a liberação dos israelenses seria seguida, no mesmo dia, por uma troca de mais de mil palestinos que foram detidos por Israel. Na quinta-feira, como parte desse pacto, 110 prisioneiros palestinos foram soltos depois que três israelenses foram devolvidos pelo grupo em Gaza.
Um deles é um binacional, com cidadania brasileira e palestina. Nenhuma outra informação foi autorizada a ser divulgada.
Uma das condições impostas por Israel é de que a lista de palestinos soltos não incluiria nomes de pessoas que estiveram envolvidas nos ataques de outubro de 2023, quando o Hamas matou 1,3 mil pessoas.
O acordo, que entra em sua segunda semana, é ainda considerado como frágil. Ele prevê uma primeira fase na qual a troca de prisioneiros é a prioridade. Mas um dos aspectos é a tentativa ainda de Israel de manter grande parte dos nomes dos palestinos liberados em sigilo.
A informação divulgada é ainda de que 23 dos 110 palestinos cumpriam penas de prisão perpétua por crimes mais graves foram transferidos para o Egito antes de serem deportados.
Os prisioneiros libertados na quinta-feira eram todos homens, com idades variando de 15 a 69 anos.
Um dos poucos a terem sua identidade revelada foi Zakaria Zubeidi, ex-líder militante e diretor de teatro. Zubeidi foi acusado de fazer parte da organização de ataques contra colonos. Ele nega as acusações, dizendo que abandonou a militância para se concentrar em seu ativismo político após a intifada.
O que prevê o acordo em sua primeira etapa
Retorno dos reféns: Durante 42 dias, 33 reféns israelenses dos cerca de 98 mantidos em Gaza pelo Hamas serão soltos. A lista vai incluir crianças, mulheres, soldados do sexo feminino, homens com mais de 50 anos, feridos e doentes. Em troca, Israel irá liberar cerca de 1.000 prisioneiros palestinos de suas cadeias. No total, Israel conta com 12 mil palestinos detidos.
Retirada das tropas: Israel iniciaria uma retirada gradual de suas tropas, principalmente na fronteira entre Gaza e o Egito, conhecido como corredor Filadélfia.
Retorno dos palestinos: A população teria a permissão para voltar ao norte de Gaza, e a passagem de Rafah entre o Egito e Gaza começaria a ser reaberta gradualmente. Isso, porém, valeria apenas para quem estiver desarmado.
Socorro da ONU: O governo de Israel ainda permitirá mais ajuda humanitária desesperadamente necessária em Gaza, com a entrada de 600 caminhões por dia, dez vezes mais do que é autorizado hoje. Na ONU, as agências já trabalham para que o plano seja imediatamente implementado.
Segunda etapa
Duas semanas depois do início do processo, seriam iniciadas negociações para uma segunda leva de troca de reféns, incluindo soldados e civis mais jovens. Em troca, haveria uma retirada completa das tropas de Israel de Gaza.
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