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José Roberto de Toledo

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Pressão para BC cortar juros cresceu porque vem "em dólar"

Colunista do UOL

14/06/2023 20h40

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A pressão para Campos Neto, presidente do Banco Central, cortar a taxa de juros no Brasil ganhou novos componentes. Após o Federal Reserve, equivalente ao Banco Central nos Estados Unidos, deixar de subir a taxa de juros e a agência S&P melhorar a nota internacional de crédito do Brasil, Campos Neto nunca esteve tão pressionado. Esta foi a afirmação do colunista do UOL José Roberto de Toledo durante o programa Análise da Notícia.

A pressão para o Banco Central cortar juros cresceu porque vem em dólar.
José Roberto de Toledo

Taxa de juros estável nos Estados Unidos. O Federal Reserve parou de subir a taxa de juros depois de meses aumentando de forma consecutiva. A decisão apontou para uma mudança na política monetária do país, que deverá acontecer em um futuro próximo.

Nota internacional de crédito do Brasil melhora. Desde 2019, a nota internacional de crédito do Brasil não melhorava, mas hoje, a agência S&P elevou a classificação do Brasil de "neutra" para "positiva". A agência utilizou três argumentos para melhorar a classificação do país.

Sinais de maior estabilidade fiscal e monetária podem alavancar crescimento econômico;

Sinais de diminuição do déficit fiscal devido ao crescimento do PIB e à aprovação do novo arcabouço fiscal;

Diminuição da exposição do Brasil a riscos externos.

Repercussão imediata no mercado. Após o fim do ciclo da alta de juros nos Estados Unidos e a melhora da nota de crédito do Brasil, o dólar comercial encerrou em baixa de 1,14%, cotado a R$ 4,807, enquanto o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), fechou em valorização de 1,99%, aos 119.068,77 pontos.

Brasil fica mais atraente. O raciocínio por trás desse movimento é que o país está mais apto a conseguir investidores, com potencial de inserção de dólares na economia, o que também pode valorizar o real.

Risco em manter taxa de juros. Diante do novo cenário, se o BC mantiver a taxa de juros real, o país corre risco de ter uma enxurrada de dólares entrando para aproveitar essa alta e assim, o maior volume da moeda estrangeira iria valorizar demais o real — nesse cenário, poderia haver problemas para a indústria brasileira e dificuldades de exportações, uma vez as importações se tornando mais vantajosas com o barateamento do produto estrangeiro.

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O Análise da Notícia vai ao ar às terças, quartas e quintas, às 19h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

Veja a íntegra do programa: