Josmar Jozino

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PMs da Rota voltam a prender 'Batata', integrante do alto escalão do PCC

Leonardo Vinci Alves de Lima, 48, o Batata, integrante do alto escalão do PCC (Primeiro Comando da Capital), foi preso na noite deste sábado (29) em Mongaguá, litoral sul de São Paulo, por policiais militares da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar).

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, publicou nas redes sociais que Batata é considerado peça-chave do PCC, comandava o tráfico de drogas na favela de Paraisópolis, zona sul paulistana, e também executava missões para a organização criminosa.

Batata estava solto desde junho do ano passado, quando o ministro Sebastião Reis Júnior, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), mandou soltá-lo. O traficante havia sido flagrado por policiais militares com 2 kg de cocaína em 28 de agosto de 2019 na Vila Andrade, zona sul paulistana.

No entendimento do ministro, a busca feita por policiais militares da Rota em Batata, naquela ocasião, foi motivada apenas porque ele demonstrou nervosismo ao avistar a viatura oficial da Polícia Militar.

Ele pilotava uma moto e quando avistou a patrulha da Rota subiu na calçada, parou o veículo, ficou nervoso e ainda tentou se desfazer de seu telefone celular. O equipamento, no entanto, foi recuperado pelos policiais militares que o detiveram.

Por conta da abordagem, que segundo o ministro teve como único fundamento o nervosismo do acusado, Reis Júnior anulou a condenação de 10 anos e sete meses de reclusão imposta a Batata, pelo crime de tráfico de drogas, em sentença de primeiro grau assinada em 2020, e mandou soltá-lo.

Liminar cassada

Mas um mês após a libertação de Batata, a 6ª Turma do STJ decidiu suspender a absolvição dele, cassou a liminar que o colocou de volta às ruas e manteve a sentença de condenação. O traficante de drogas passou a ser, desde então, considerado foragido.

Batata ficou preso na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP), um dos principais redutos do PCC. Em 7 de junho de 2023 ele assinou o alvará de soltura e foi colocado em liberdade no mesmo dia pelo diretor da unidade prisional.

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Ao assinar o documento, Batata declarou como endereço o bairro de Paraisópolis. Ele deixou o presídio pontualmente às 17h e, antes disso, se despediu dos colegas de cela e de pavilhão da P-2 de Venceslau.

Advogado diz que cliente não é do PCC

Segundo o advogado Marco Antônio Arantes de Paiva, autor do habeas corpus ajuizado no STJ em favor de Leonardo Vinci Alves Lima, o cliente não é chefe do PCC e nunca foi integrante de nenhuma organização criminosa.

Para o Gaeco (Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado) de Presidente Prudente, subordinado ao MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo), Batata é integrante do PCC e antes de ser preso era um dos responsáveis pelo tráfico de drogas da facção criminosa.

O nome dele apareceu na lista dos 175 denunciados pelo Gaeco à Justiça, em 9 de setembro de 2013, pelo crime de formação de quadrilha. Essa foi a maior denúncia já oferecida contra acusados de integrar o PCC. Os trabalhos foram coordenados pelo promotor Lincoln Gakiya, de Presidente Prudente (SP).

As investigações duraram três anos. Batata foi um dos monitorados e teve as ligações telefônicas interceptadas com autorização judicial. Segundo Gaeco, as escutas apontaram que ele conversava com presos e parceiros da rua sobre tráfico de drogas e até apreensões de armas da organização.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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