Justiça de SP quer Marcola, líder do PCC, longe do estado por mais um ano
A três meses do término do prazo de permanência de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, 56, em um Sistema Penitenciário Federal, a Justiça de São Paulo se prepara para pedir a internação do chefe máximo do PCC (Primeiro comando da Capital) por mais um ano.
Marcola foi transferido da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no estado de São Paulo, para uma prisão federal em fevereiro de 2019. Além dele, à época, foram transferidos outros 14 detentos apontados como integrantes do PCC.
O prazo de internação de Marcola em prisão federal expira na primeira semana de fevereiro de 2025. No último dia 25, a Justiça de São Paulo se antecipou e enviou ofício à SAP (Secretaria Estadual da Administração Penitenciária), solicitando manifestação sobre a necessidade de prorrogação do prazo.
No ano passado, a SAP, responsável pelos presídios paulistas, havia dado parecer favorável e observou que "o retorno de Marcola para uma prisão do estado não é aconselhável, pois representa um risco à segurança carcerária do estado". Marcola está recolhido na Penitenciária Federal de Brasília.
A Justiça Federal também tinha defendido a permanência de Marcola em presídio federal. Em decisões anteriores, os juízes-corregedores decidiram pela prorrogação da internação por entender que "o preso exerce papel de líder máximo do PCC", a maior facção criminosa do país.
Os corregedores também mencionaram nas sentenças que "Marcola possui elevado poder financeiro e apresenta grande capacidade para desestabilizar a segurança pública nacional. Os juízes sustentaram ainda que o PCC tem enorme poderio bélico e forte atuação no Brasil e países vizinhos.
Plano de resgate
Marcola e os outros 14 presos da cúpula do PCC foram removidos para presídios federais em fevereiro de 2019, a pedido do MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo). O órgão alegou que no final de 2018 havia sido descoberto um plano para resgatar os prisioneiros da P-2 de Presidente Venceslau.
Na época, o policiamento foi reforçado por determinação do governo do estado. Centenas de homens do CPChoque (Comando de Policiamento de Choque), a elite da Polícia Militar, foram mobilizados à região. O aeroporto da cidade chegou a ser fechado.
Segundo a Justiça Federal, Marcola é condenado a 330 anos de reclusão e, de dentro da prisão, continua articulando estratégias para dar continuidade aos planos de fuga, inclusive utilizando mercenários estrangeiros treinados na Bolívia.
Para advogados que defendem líderes do PCC, "esses planos não passam de ficção e as autoridades usam esses argumentos para renovar os prazos de internações dos presos no SPF sem apresentar fatos novos, utilizando-se do tradicional esquema "control C +control V" (copia e cola ofícios anteriores).
Além de Marcola, outros líderes do PCC, inclusive o irmão dele, Alejandro Juvenal Herbas Camacho Júnior, o Marcolinha, também preso em Brasília, e Júlio César Guedes de Moraes, o Julinho Carambola, devem ter o prazo de internação em unidade federal prorrogado por mais 365 dias.
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