Josmar Jozino

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Reportagem

Caso Gritzbach: Mais dois delegados da Polícia Civil estão na mira da PF

Mais dois delegados da Polícia Civil de São Paulo estão na mira da Polícia Federal. Os agentes chegaram aos nomes após análise dos telefones celulares apreendidos com investigadores delatados pelo empresário Vinícius Gritzbach, 38.

Delator de integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) e de policiais civis investigados por suspeita de corrupção, Gritzbach foi assassinado a tiros em 8 de novembro do ano passado no aeroporto internacional de Guarulhos.

Suspeitos usaram estrutura estatal para oferecer segurança, diz PF

No aparelho do investigador Eduardo Lopes Monteiro, um dos delatados presos, os federais encontraram comprovantes de transferências via Pix para o delegado. A primeira transação, no valor de R$ 2.500 foi identificada em 28 de agosto de 2023.

A segunda, de R$ 3.000, ocorreu em dezembro de 2023, em nome de um parente do delegado. Segundo a Polícia Federal, não foi possível identificar as razões dos pagamentos. Os agentes, no entanto, estranharam o teor das conversas entre o investigador e o delegado em aplicativos de mensagem.

O outro delegado foi identificado após análise do celular do investigador Marcelo Marques de Souza, o Bombom. Nas mensagens, ambos combinam fazer segurança privada em um show de música eletrônica em São Paulo no feriado prolongado de Finados de 2023.

O objetivo era evitar o roubo de telefones celulares durante o evento. Bombom diz ao delegado que iria usar duas viaturas da Polícia Civil com agentes em cada uma e pergunta ao colega qual seria o valor do serviço extra. O delegado responde: R$ 600.

Para a PF, o delegado intermediou a negociação e "ficou evidente que o serviço prestado consiste na atuação de segurança pública, sob a forma de segurança privada, mediante pagamento de valores aos policiais civis, utilizando a estrutura estatal".

Monteiro e Bombom estão entre os presos do caso Gritzbach

Eduardo Monteiro e Marcelo Bombom foram presos pela PF em 17 de dezembro do ano passado por suspeita de corrupção.

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Na mesma operação foram detidos o delegado Fábio Baena e o investigador Marcelo Ruggieri. O agente Rogério Felício de Almeida se entregou dias depois.

A PF prendeu ainda o advogado Ahmed Hassan Saleh, o Mudi, e os empresários Ademir Pereira de Andrade e Robinson Granger de Moura, o Molly. Todos foram delatados por Gritzbach por suposto envolvimento com o PCC.

Os policiais civis estão com prisão temporária decretada e permanecem recolhidos no Presídio Especial da Polícia Civil, na zona norte de São Paulo. O advogado Ahmed Saleh está preso no CDP 2 (Centro de Detenção Provisória) de Guarulhos. Ademir e Molly continuam no CDP 1 do Belém, na zona leste paulistana.

Três policiais militares também foram presos por suspeitas de participação no assassinato de Gritzbach. O soldado Ruan Silva Rodrigues e o cabo Dênis Antônio Martins são acusados de matar a vítima com tiros de fuzis e o tenente Fernando Genauro da Silva, de ter dado fuga aos dois.

A reportagem não conseguiu contato com os advogados dos presos. O espaço continua aberto para manifestações. O texto será atualizado se houver um posicionamento dos defensores deles.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

33 comentários

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Daniel Oliveira

Pix de 2.500? E de 3.000? Não vale a hora extra dos PF. Pode escarafunchar mais...

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Gilmar Antonio Rosa Dias

É bom parar as investigações, senão chega na justiça inteira, de juízes a faxineira da justiça do Brasil 

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Luiz Roberto Pasquale

Diante de tudo isso, apenas uma pergunta:- " É possível o impeachment do Lula"?

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