PM que ameaçou matar jovem com tiro 'para estragar velório' é afastado
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Um soldado do 21º Batalhão (Parque da Mooca), sediado na zona leste de São Paulo, foi afastado do patrulhamento de rua após ser flagrado em vídeo agredindo um rapaz durante abordagem na Vila Ema, na mesma região. O colega de farda dele, da mesma patente, teve a mesma punição.
Segundo a Polícia Militar, ambos usavam câmeras corporais e devem responder a processo por violência arbitrária. A pena, em caso de condenação, varia de dois anos a cinco nos de reclusão. Um IPM (Inquérito Policial Militar) foi instaurado para apurar o caso.
A Polícia Militar informou que o soldado agressor tem nove anos de serviço e que, por enquanto, não pode divulgar o nome dele. Ainda segundo a PM Militar, no total seis soldados se envolveram na ocorrência e todos foram levados à Corregedoria da corporação para serem ouvidos.
O vídeo divulgado nas redes sociais mostra o soldado dando tapas no rosto de um rapaz e ameaçando assassiná-lo com tiros à queima-roupa, durante abordagem na favela do Mata Porco, na Vila Ema, zona leste paulistana, na madrugada da última sexta-feira. No total eram quatro pessoas abordadas.
Agressões e ameaças
O PM ofende o rapaz com palavrões várias vezes. Diz que ele o conhece e faz novas ameaças: "quer tomar na cara para lembrar que eu não sou moleque?". Em seguida, o policial militar o agride novamente com uma bofetada no rosto.
O PM afirma também que não gosta de mentiroso. Ele pergunta ao rapaz: "Quem mais estava no movimento?". E completa: "Você quer continuar apanhando? Você não é homem é moleque. Eu só dou tapa na cara de moleque".
Na sequência, o policial militar pede para um colega de farda pegar a arma. Já em posse de uma pistola, o PM agressor esfregão armamento no rosto do rapaz e diz: "Você está entendendo, tio? Tem de ser na cara para estragar o velório".
O policial militar continua aterrorizando. E faz outra pergunta ameaçadora, usando uma linguagem mais de bandido do que de agente da lei: "Vai querer trocar ideia ou eu vou ter de te lembrar quem eu sou? O vídeo tem duração de 2 minutos e 16 segundos.
Os policiais militares que abordaram as quatro pessoas não as conduziram em nenhum distrito policial para registrar a ocorrência. A Polícia Civil não foi comunicada sobre o episódio.
22 comentários
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Wagner Rodrigues de Miranda
Essa é a nossa PM (caso isolado ?) infelizmente não.
Mauricio Souza Pereira
Estes são os casos que chegam à público, mas quantas ocorrências de abusos ou violência física extrema, covardes e sem justificativa real são perpetradas à margem da Lei nas periferias das cidades brasileiras, todas as noites?
The Intercept
Quem disse que não temos pena de morte no Brasil?!!!! A puliça de SP do tarcisio faz direto isso. Todos os dias.