Tarcísio diz a Bolsonaro para não se preocupar com ataques de Marçal
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que só o prefeito Ricardo Nunes (MDB) vence a esquerda em São Paulo e para não se preocupar com os ataques e a agressividade de Pablo Marçal (PRTB) nas redes sociais.
Os dois tiveram uma conversa reservada em Brasília no final da tarde de ontem sobre a eleição para a prefeitura da capital paulista, conforme revelou Carla Araújo, colunista do UOL. Pessoas próximas a ambos disseram que Tarcísio foi até lá com a missão de convencer Bolsonaro a mergulhar na campanha de Nunes.
Tarcísio teria relatado para o ex-presidente o que os trackings da campanha vinham apontando e que acabaram sendo confirmados nesta quinta (5) pelo Datafolha: a estagnação de Marçal e um leve crescimento de Nunes.
O governador também entregou a Bolsonaro simulações de segundo turno que apontavam que Marçal perde para o candidato do PSOL, Guilherme Boulos. Boulos tem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Algumas semanas atrás, Bolsonaro havia aconselhado Tarcísio a não se envolver demais na campanha de Nunes, porque poderia prejudicar sua carreira política em caso de derrota do prefeito.
Tarcísio, no entanto, não recuou e agora tenta atrair de novo o ex-presidente para o lado de Nunes.
Em caminhada hoje em Itaquera, na zona leste da capital, o governador afirmou que Bolsonaro vai entrar na campanha do prefeito e gravará com o rádio e a TV após o ato de 7 de Setembro.
Segundo apurou a coluna, Bolsonaro e Nunes devem decidir no sábado como serão as gravações. Não está descartada a possibilidade do prefeito ir a Brasília. A entrada do ex-presidente é importante para tentar resgatar o voto do bolsonarismo, que migrou para Marçal.
A família Bolsonaro chegou a desafiar Marçal nas redes sociais, mas recuou diante da legião de seguidores do candidato. Carlos Bolsonaro fez uma aproximação e muitos parlamentares bolsonaristas passaram a apoiar o empresário, que, naquele momento, subia nas pesquisas.
Agora, com Marçal estagnado, Bolsonaro reavalia sua posição, mas mantendo um pé em cada canoa.
Outro fator também está estressando a relação entre Marçal e o bolsonarismo: sua relutância em apoiar o impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Marçal viajou para El Salvador e ainda não se sabe se ele vai ou não participar do ato na Avenida Paulista no 7 de setembro.
Bolsonaro vai se hospedar no Palácio do Bandeirantes e Tarcísio vai acompanhá-lo no evento. No entanto, nenhum dos dois vai discursar a favor do impeachment de Moraes. Deputados, senadores e o pastor Silas Malafaia devem pedir que o Senado abra um processo contra o ministro por conta das revelações de conflitos de interesse em reportagens da Folha de S. Paulo.
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