Presidente do BB quer fim da quarentena. Diz: "Vida não tem valor infinito"
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Leio esta maravilha no Painel da Folha:
Quanto custa O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, fez comentários críticos ao isolamento social, na mesma linha que o presidente Jair Bolsonaro. Em mensagem em um grupo de WhatsApp, Novaes disse que vida não tem "valor infinito". "Muita bobagem é feita e dita, inclusive por economistas, por julgarem que a vida tem valor infinito. O vírus tem que ser balanceado com a atividade econômica", afirmou o executivo no aplicativo de mensagens.
Siga o mestre A discussão sobre a necessidade de isolamento ganhou mais força com o pronunciamento do presidente nesta terça (24), contradizendo recomendações do próprio Ministério da Saúde e na contramão da maioria dos países que estão na batalha contra o vírus.
Um ou outro Perguntado sobre a afirmação que fez nas mensagens, Novaes disse que o lockdown [o confinamento, do termo em inglês] prolongado "causará depressão econômica com efeitos piores que os da epidemia".
Números Afirmou também que "a questão não é apenas médica e mesmo alguns médicos concordam com a tese do presidente [Bolsonaro]", disse ao Painel. "Depressão econômica também mata muita gente, principalmente entre os mais pobres."
(...)
RETOMO
Observem que ele escreveu a barbaridade que escreveu e a endossou. Pergunto -- e o valente, se quiser, pode responder:
1 - A vida de quem -- ou de "quens" -- não tem valor absoluto? Intuo que seja a dos pobres, não?
2 - Quando o doutor sugere que "o vírus tem de ser balanceado com a atividade econômica", não sei o que quer dizer. Nem ele. É atividade econômica com vírus, é isso?
3 - Se a vida não tem valor absoluto diante da atividade econômica, pergunto: existe uma atividade econômica, então, que independe da vida ou que exista apesar dela?
4 - Ou será que Novaes está querendo dizer — acho que está e que deveria ser corajoso — que a vida dos pobres não deveria atrapalhar a atividade econômica do ricos, que depende, claro!, de alguns pobres. Mas dos pobres ainda vivos. Como existem aos muitos milhões, pobres não faltarão para a "atividade econômica", ainda que muitos morram, certo?
5 - Eis um exemplar típico de certa elite que chegou ao poder.
Em qualquer governo decente, seria sumariamente demitido. Mas o que temos não é decente.