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Reinaldo Azevedo

Fatos derrubam versão dos Bolsonaros para negar vazamento na PF

Flávio Bolsonaro: versões apresentadas para contestar Paulo Marinho não batem com os fatos - Sergio Moraes/Reuters
Flávio Bolsonaro: versões apresentadas para contestar Paulo Marinho não batem com os fatos Imagem: Sergio Moraes/Reuters

Colunista do UOL

19/05/2020 07h56

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O policial militar aposentado Fabrício Queiroz, amigo de Jair Bolsonaro e ex-assessor do hoje senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), era alvo de investigação no Ministério Público do Rio de Janeiro no momento em que foi exonerado do antigo gabinete do filho do presidente na Assembleia Legislativa do Rio, em outubro de 2018. Naquele momento, um relatório do Coaf (órgão federal de inteligência financeira) que apontava uma movimentação de recursos incompatível de Queiroz estava nas mãos da Polícia Federal, da Procuradoria da República e do Ministério Público do Rio.

Na PF, o nome dele constava em inquérito que apurava o pagamento de propina pelo ex-governador Sérgio Cabral a deputados da Assembleia do Rio. A investigação culminou na Operação Furna da Onça, deflagrada em novembro de 2018. Flávio e Queiroz não eram suspeitos neste caso. Já no Ministério Público do Rio, o PM aposentado era tratado como investigado numa apuração sobre pagamento de "rachadinha" no gabinete de Flávio na Assembleia, onde Queiroz atuava como uma espécie de chefe de gabinete.

Essas investigações e esse relatório federal ajudam a desconstruir a versão que tem sido apresentada pela família Bolsonaro após o empresário Paulo Marinho, suplente de Flávio no Senado, ter afirmado à Folha que o senador foi informado por um delegado da PF sobre a presença de Queiroz nas investigações. De acordo com o relato de Marinho, Flávio foi avisado entre o primeiro e o segundo turnos das eleições por um delegado simpatizante da candidatura de Bolsonaro à Presidência.
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"Nem eu, nem meu ex-assessor, éramos alvo da operação da Polícia Federal denominada Furna da Onça. Mas, segundo meu suplente Paulo Marinho (agora assumidamente representante de Doria no Rio - PSDB), eu teria recebido informações de que a PF investigava meu ex-assessor", afirmou Flávio em redes sociais.

A PF afirma ter investigado o caso e concluído que não houve vazamento por parte de membros da corporação. A polícia afirmou ainda que, após o relato de Marinho, um novo inquérito será aberto. O Ministério Público Federal também instaurou nesta segunda (18) um procedimento para analisar o caso.
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Na Folha