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Reinaldo Azevedo

LAVA JATO X PGR 1: Vejam quem surge das sombras em parceria com Dallagnol!

Sergio Moro, ex-juiz e ex-ministro da Justiça. Quando é preciso ter o auxílio de uma voz das sombras, podem contar com ele. É batata! - Pedro Ladeira/Folhapress
Sergio Moro, ex-juiz e ex-ministro da Justiça. Quando é preciso ter o auxílio de uma voz das sombras, podem contar com ele. É batata! Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Colunista do UOL

30/06/2020 05h44

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O jogo da seção curitibana da Lava Jato, como sempre, é pesado. E, para não variar, conta com porta-vozes na imprensa. Tudo o que a turma diz — em off, naturalmente — é vazado como se fosse uma severa e rigorosa apuração de bastidores. Vamos por partes.

Deltan Dallagnol resolveu liderar uma guerra santa contra Augusto Aras, procurador-geral da República. E, por óbvio, a ação nada tem a ver com eventuais contestações a afinidades eletivas entre o procurador-geral e o governo de turno. Oh, não! Sobre os descalabros liderados por Jair Bolsonaro, que a Lava Jato ajudou a eleger, o buliçoso rapaz nada tem a dizer. Só se insurgiu contra Aras quando este resolveu tirar a operação das sombras e dos porões.

O FATOR MORO
Na manhã desta segunda, reproduzi parte de dois textos publicados no site Consultor Jurídico apenas para situar o debate e afirmei que já estávamos diante de uma peça de propaganda da campanha eleitoral de Sergio Moro à Presidência. Bingo! Adivinhem quem saiu em defesa de Dallagnol e de seus "new kids on the block in black suit"... Sim, ele mesmo, Moro!, o principal beneficiário da tentativa de reavivar a guerra santa contra a corrupção -- em "morês", você deve pronunciar "corruçao"; o til do "a" desparece, é preciso alongar o vogal e desafinar no meio do caminho.

Assim, os fatos respondem àqueles que diziam que eu estava fazendo apenas uma ilação. Sergio Moro, quando juiz, atuou em parceria ilegal com a Lava Jato, como reportagens do The Intercept Brasil e parceiros deixaram claro.

Tal parceria continuou enquanto praticava pornografia política explícita, servindo ao governo fascistoide de Bolsonaro (Qual a surpresa? Tudo a ver...) -- ou ninguém notou o silêncio cúmplice da dita Lava-Jato? Prossegue agora, quando o ex-juiz, já fora do poder, tentar manter o nariz fora d'água. É bom lembrar que ele condescendeu com portarias asquerosas enquanto esteve no poder -- na verdade, ele as defendeu. Só caiu fora quando o presidente decidiu demitir um aliado seu.
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