Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Na Folha: Opositores de Lula ficam à espera de um bárbaro que não existe
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A única polarização na disputa presidencial se dá entre Lula (PT) e todos os outros, excetuando-se Ciro Gomes (PDT), já digo por quê. E é do tipo aritmética, não ideológica: o petista ou tem mais votos do que a soma dos adversários ou empata com eles.Tanto os candidatos de direita como os de extrema-direita --Bolsonaro e Sergio Moro-- insistem, no entanto, em caracterizar o moderadíssimo ex-presidente como um radical de esquerda. E aí as respectivas campanhas dessa turma semelham parafuso espanado e começam a girar em falso, limitando-se a falar com os fiéis de sempre. Vão mudar a tempo para tentar exaltar as próprias virtudes em vez de lutar contra um adversário comum, construído por seus delírios? Não sei. Faço análises, não previsões.
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Lembro do poema "À Espera dos Bárbaros", do poeta grego, nascido no Egito, Constantino Kafávis. A oposição de matriz reaça ou conservadora ao candidato do PT está como os romanos do texto. Sua existência era pautada pela expectativa de que aqueles chegariam. E, no entanto, não chegaram. E são estes os versos finais: "Sem bárbaros o que será de nós?/ Ah! eles eram uma solução."
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