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Reinaldo Azevedo

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Coluna na Folha: É claro que o Brasil tem jeito! É a política, estúpido!

Paulo Guedes tenta ensinar Bolsonaro a contar até cinco. Vem nesse esforço desde que era apenas o Professor Raimundo do candidato impossível - Sérgio Lima/AFP
Paulo Guedes tenta ensinar Bolsonaro a contar até cinco. Vem nesse esforço desde que era apenas o Professor Raimundo do candidato impossível Imagem: Sérgio Lima/AFP

Colunista do UOL

11/02/2022 07h07

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Leiam trechos:
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Falemos de futuro em vez de alimentar as ideias mortas que ainda matam. É preciso cultivar nosso jardim. Sempre me incomoda quando os tais "mercados" --às vezes, com cara; com frequência, sem ela -- resolvem comparecer ao debate público para demonizar a política, como se a empresa de expectativas chamada "Brasil" fosse uma potência massacrada por interesses mesquinhos, que têm de ser exorcizados. No que há de sincero nessa conversa, trata-se de uma ilusão entre tecnocrática e autoritária. No que há de insincero, é só o vício de sempre se vendendo como virtude, muitas vezes na pena de rufiões da opinião. Isso tem custo. Observo, à partida, que nem sei direito quem é esse "ente" que fala. As vozes parecem vir de alguma racionalidade empírea, que nos faz o favor de baixar lá do mundo das ideias para nos libertar das correntes da escuridão. Na última vez em que esses arautos julgaram ter visto a luz para nos relatar a verdade do mundo, escolheram Jair Bolsonaro e Paulo Guedes para nos tirar da caverna. Deu no que deu.
(...)
"Não entendi aonde você quer chegar, colunista!" Eu explico. "É a política, estúpido!" Se o próximo presidente não tiver a habilidade de sentar para conversar, de buscar o ponto de equilíbrio entre forças aparentemente inconciliáveis, de inserir na equação --e já-- os milhões desassistidos pela crise, não há ponto de chegada virtuoso. A cada vez que leio raciocínios tortos, segundo os quais o Brasil precisa se livrar, a um só tempo, de Lula e Bolsonaro porque supostas faces do mesmo mal, cercados por políticos interesseiros, constato, com estupefação, mas não com surpresa: querem mesmo é exorcizar a vontade expressa de pelo menos 70% do eleitorado. Mais um pouco, e alguém sugere que o Brasil tem cura, mas só com outro povo. São os iluminados das cavernas.
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