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Reinaldo Azevedo

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Na Folha: Campos Neto, o logólatra da República, piora expectativas do país

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Imagem: Reprodução

Colunista do UOL

21/04/2023 02h19

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Leia trechos da minha coluna na Folha:
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Que tal um ambiente institucional e regulatório em que, sendo o Banco Central autônomo, seu presidente fale apenas na ata do Copom? Isso lhe conferiria um ar de pureza sacerdotal em relação às contendas deste mundo. (...). Como se sabe, nessa área, contam as "expectativas". (...) Qual a razão da radical mudança de humor dos mercados nesta quarta (19)? A proposta do governo [de arcabouço fiscal], que nasceu de conversas prévias com o comando do Congresso, não havia tido nem mesmo uma noite de paz, e, como a Geni tentando algum repouso depois do assédio do comandante do Zeppelin, veio a palestra de Roberto Campos Neto a investidores em Londres, organizada pelo European Economics & Financial Centre. Disse o quê? Vamos lá: a desinflação está mais lenta do que imaginava o BC; variáveis observadas pelo BC pioraram desde dezembro; expectativas muito maiores que a meta no horizonte relevante sugerem cuidado; Brasil tem histórico de inflação; país tem mecanismo muito fortes de indexação; é preciso ser persistente na política monetária (tire o cavalo da chuva quem achou que haveria uma antecipação da queda da Selic); repetiu que crédito direcionado é um dos problemas do país (cuidado, agronegócio!!!); eventual mudança da meta pode piorar as, bem..., "expectativas".
(...)
Ah, sim: nesta quinta (20), na abertura do Lide Brazil Conference, também em Londres, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) cobrou juro menor. Campos Neto estava na plateia e fala no mesmo evento nesta sexta. Tornou-se o logólatra nº 1 da República. Seu mandato não é conferido pelo povo, mas pelo Senado, presidido por Pacheco, que se manifestou nestes termos: "Continuo defendendo a autonomia do Banco Central (...). Mas há um sentimento geral hoje, que depende de base técnica, mas também de sensibilidade política, que nós precisamos encontrar os caminhos para redução imediata da taxa de juros sob pena de sacrificarmos o trabalho que fizemos ao longo do tempo". Também o senador parece preocupado com nossa melancólica humanidade.
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