Tales Faria

Tales Faria

Siga nas redes
Opinião

Roubo de metralhadoras do Exército nos iguala à Colômbia de Pablo Escobar

Até agora nada de efetivo foi feito depois que se descobriu que 21 metralhadoras foram roubadas do quartel do Arsenal de Guerra de São Paulo, em Barueri, na região metropolitana da capital do estado.

Cerca de 480 soldados e oficiais foram aquartelados, ou seja, obrigados a ficar no quartel de onde as armas sumiram. Mas mais da metade já foram liberados e ainda não se sabe o que de fato ocorreu.

Divulgou-se que havia sido exonerado o comandante da tropa, encarregado em última instância da guarda do material. Mas, depois, soube-se, por uma nota oficial do Exercito, que ele apenas foi removido para outro cargo.

Oito metralhadoras foram recuperadas. Quer dizer, foram encontradas na mala de um carro também roubado e abandonado no Rio de Janeiro.

Como chegaram lá?

Os chefes do Comando Vermelho - uma das maiores organizações criminosas do país - resolveram, gentilmente, devolver. Por quais canais avisaram à polícia do Rio - que também se trata de uma força armada - ainda não está claro.

Noves fora: zero! Essa história está muito mal explicada.

O balanço dos acontecimentos não permite concluir que o Exército e as polícias do Rio de Janeiro e de São Paulo apuraram algo de efetivo desde que as metralhadoras foram roubadas.

Ainda estão sumidas 13 metralhadoras com capacidade de derrubar até helicópteros. Espera que alguns traficantes caridosos resolvam devolvê-las em algum momento. Ou não!

Continua após a publicidade

A única conclusão possível é que o crime organizado conseguiu se infiltrar nas forças armadas do país, a nível federal e estadual. E o fez nas duas principais unidades da federação do país.

Mais ou menos assim como na Colômbia durante o reinado do traficante Pablo Escobar: ele mandava e desmandava nas polícias e até no Exército.

Espalhou o medo de tal forma que, se desse uma ordem, funcionários públicos armados e desarmados se viam obrigados a obedecer. Para mostrar seu poder, chegou a derrubar um avião, matando 170 pessoas a bordo.

O país perdeu o controle de tal forma que se viu obrigado a repassar aos Estados Unidos a atribuição de minorar a crise de segurança colombiana.

Só nos resta, aqui no Brasil, esperar que não cheguemos aqui a tal ponto.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

Deixe seu comentário

Só para assinantes