Lula não quer dar ao centrão o comando do Minha Casa, Minha Vida na Caixa
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse a seus articuladores políticos que não pretende entregar ao centrão o comando da vice-presidência de Habitação da Caixa Econômica Federal (CEF).
O cargo é ocupado por Inês Magalhães, uma petista que entre 2003 e 2016 exerceu várias funções no Ministérios das Cidades, dentre elas a de ministra, secretária nacional de Habitação e diretora de Políticas para os Assentamentos Precários.
No Palácio do Planalto, a avaliação é de que Inês não deixará o cargo. O Minha Casa, Minha Vida é considerado por Lula uma marca tão importante para seu governo como o Bolsa Família.
No entanto, os aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmam que ele não abre mão da vice-presidência de Habitação.
Lira já declarou publicamente que a CEF será entregue ao centrão "de porteira fechada" ou seja, com o direito de nomear todos os cargos comissionados.
Lula de fato demitiu a presidente do banco, Rita Serrano, e anunciou para o seu lugar Carlos Vieira Fernandes, indicado pelo presidente da Câmara.
Mas, ao entregar o cargo, Lula mandou avisar aos aliados que a negociação não incluiu a "porteira fechada" e que as indicações, sobretudo para as vice-presidências, serão analisadas "caso a caso".
A discordância de interpretação entre o Planalto e o centrão sobre o que de fato foi negociado a respeito da Caixa Econômica Federal faz prever que haverá ainda um embate longo entre a Câmara e o governo em torno da distribuição de cargo.
A cada vez que Arthur Lira não se sente atendido pelo presidente Lula, ele comanda uma greve contra a votação de projetos de interesse do governo.
Foi o caso agora da aprovação da taxação sobre os fundos dos super ricos e das aplicações em off-shores. Os projetos ficaram meses dormitando na Câmara enquanto Lula não anunciasse a substituição na Presidência da CEF.
Ao fazer isto, nesta semana, imediatamente o plenário da Câmara votou e aprovou.
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