Post falso diz que Ursal quer fraudar urnas na eleição brasileira
Uma publicação falsa afirma que a Ursal (União das Repúblicas Socialistas da América Latina) quer fraudar as urnas na eleição brasileira, como afirma um post do dia 9 de setembro com 7,6 mil visualizações no Facebook. O vídeo também está circulando em grupos do Whatsapp.
Como já esclareceu o UOL, a Ursal não existe.
O que diz a publicação? O texto da postagem diz que "a esquerda está voltando a passos largos na América Latina e estão destruindo o Brasil para poderem implantar o Comunismo."
O vídeo é narrado por um homem não identificado que mostra um post publicado na página da Ursal no Facebook e lê a publicação. Sobre as imagens, está a frase: "Repasse para 10 amigos".
A mensagem fala de uma preocupação com a vitória de Bolsonaro: "mesmo com a manipulação das urnas e falsas acusações de nazismo não serão suficientes para detê-lo". O texto diz ainda que as urnas "são programadas com candidatos" e que, este ano, não farão "votos de um candidato ir para o outro".
"O que fazemos é fazer parte do código com erros propositais para urnas de localidades em que Bolsonaro tem mais votos terem problema e então, terem que ser substituídas anulando todos os votos daquela seção. Mas isso é o de menos, depois fizemos uma exaustiva campanha para colocar diversos mesários, principalmente onde o Bolsonaro é mais forte, comprometidos com a Ursal, permitimos que se use camisas de candidatos e, com isso ...', diz.
Ele interrompe a leitura do post e conclui: "Gente, eu não vou ler o todo. Vocês entrem aí e deem uma olhada", encerra.
Por que a informação é falsa?
Sobre a Ursal. O discurso de que a Ursal quer fraudar a eleição no Brasil é falso porque a suposta União das Repúblicas Socialistas da América Latina não existe, como o UOL já explicou em 2018.
O termo, reivindicado pela socióloga Maria Lucia Victor Barbosa, que o citou em um artigo publicado em 2001 no jornal Folha de Londrina, foi escrito pela profissional como ironia e acabou alimentando teorias conspiratórias.
Em 2018, ele foi citado pelo candidato à presidência da República Cabo Daciolo (hoje no PDT, então no Patriota) em uma pergunta ao Ciro Gomes (PDT) no debate da Band. "O senhor pode falar aqui para a população brasileira sobre o plano Ursal?", questionou. Ciro afirmou que não conhecia a organização. O termo passou a ser usado de forma irônica em perfis nas redes sociais e até em blocos de Carnaval.
Sobre as urnas. Além disso, outras alegações do post também não podem ser comprovadas, como a suposta fraude eleitoral. Não há registro de fraudes no sistema eletrônico de votação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) desde a adoção das urnas eletrônicas, em 1996.
O post afirma que uma das estratégias é "deixar partes do código [das urnas] com erros propositais" em locais onde Jair Bolsonaro tem mais votos para que os equipamentos sejam substituídos e, consequentemente, os votos sejam anulados. No entanto, quando uma urna apresenta algum problema e precisa ser substituída, os votos que ela já recebeu não são anulados.
O processo de auditoria das urnas eletrônicas para as eleições deste ano começou no ano passado, com a inspeção por entidades fiscalizadoras. A Justiça Eleitoral também informa que os softwares são desenvolvidos pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e não há possibilidade de inserção de erros propositais.
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