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Post omite que Lula revogou projeto contra abuso infantil após lançar outro

11.set.2023 - Programa só foi revogado após lançamento de novo projeto Imagem: Reprodução/Facebook

Pedro Vilas Boas

Colaboração para o UOL, em Salvador

11/09/2023 16h24Atualizada em 24/02/2024 16h00

Publicações nas redes sociais omitem que o governo Lula (PT) só revogou o programa "Abrace Marajó", criado pela gestão Jair Bolsonaro (PL) para combater abuso contra crianças, meses após lançar a nova iniciativa "Cidadania Marajó". Os posts dão a entender que, com a revogação, a população da cidade paraense ficou desassistida, o que não é verdade.

O que dizem os posts

Uma publicação no Instagram traz um print da notícia sobre a revogação com a seguinte legenda: "E assim seguem firmes no projeto de destruição de tudo de bom que foi feito pelo governo Bolsonaro!".

Outros posts, compartilhados no Facebook, relacionam a revogação com um suposto incentivo à pedofilia. "Os pedófilos agradecem", diz uma postagem.

"A quem isso irá favorecer? Combater CRIMES, (sic) nunca foi o desejo do PT", diz o texto de outra publicação no TikTok.

Por que é distorcido

É verdade que o presidente Lula revogou, no último dia 5, o programa Abrace Marajó, que foi criado com o objetivo de combater a exploração sexual de crianças no arquipélago de Marajó (PA) (aqui). Porém, os posts omitem que o governo lançou, em 18 de maio, o novo programa Cidadania Marajó (aqui).

Segundo o governo Lula, o programa lançado pela ex-ministra e atual senadora Damares Alves (Republicanos-DF) foi alvo de denúncias. A iniciativa teria sido utilizada para a exploração de riquezas naturais e para atender a interesses estrangeiros, sem benefício ou participação social da população local.

Lançada durante o governo de Jair Bolsonaro, a iniciativa foi marcada por controvérsias. Durante um culto em Goiânia (GO), em 2022, Damares afirmou que as crianças eram traficadas e tinham seus dentes "arrancados pra elas não morderem na hora do sexo oral" (aqui). As declarações chocaram a opinião pública e autoridades cobraram explicações. Documentos apresentados pela senadora ao Estadão não comprovaram a veracidade das denúncias.

Viralização. Uma publicação no TikTok com a informação distorcida, compartilhada no último dia 6, registra 11.400 visualizações, 1.205 curtidas e 188 comentários. Outro post no Instagram, feito no dia 5 deste mês, tem 5.557 curtidas e 1.290 comentários.

Este conteúdo também foi checado por Aos Fatos.

Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.

5 dicas para você não cair em fake news

O UOL Confere é uma iniciativa do UOL para combater e esclarecer as notícias falsas na internet. Se você desconfia de uma notícia ou mensagem que recebeu, envie para uolconfere@uol.com.br.

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