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Entrevista de Wasseff sobre Adélio é antiga; investigação não foi concluída

21.set.2023 - Coletiva de imprensa foi concedida por advogado da família Bolsonaro em 2021 Imagem: Reprodução/Facebook

Pedro Vilas Boas

Colaboração para o UOL, em Salvador

21/09/2023 15h44Atualizada em 21/09/2023 15h56

É antiga uma coletiva de imprensa em que o advogado Frederico Wasseff afirma que Adélio Bispo foi encomendado para esfaquear o então candidato à presidência Jair Bolsonaro, em 2018. Publicações que circulam nas redes sociais sugerem que a declaração foi feita na última semana, o que não é verdade.

Também não há conclusões de que Adélio Bispo foi contratado para matar Jair Bolsonaro ou que o suposto plano tenha relação com partidos ou políticos de esquerda.

O que diz o post

"explodiu A BOMBA. FOI O PT Q MANDOU MATAR BOLSONARO", diz o texto, que é acompanhado da data 19-09-2023. "O ADVOGADO JÁ TEM PROVAS QUE CONDENAM LULA, MAS QUEM O CONDENARÁ? DIVULGUEM PORQUE A MÍDIA PODRE NÃO VAI MOSTRAR ISTO!", acrescenta.

O vídeo, compartilhado em diferentes plataformas, mostra um trecho da coletiva de imprensa concedida por Wassef. Na ocasião, o advogado da família Bolsonaro faz as afirmações sem provas e informa que o TRF-1 (Tribunal Regional da 1ª Região) havia derrubado uma decisão anterior que proibia a quebra de sigilo e o acesso aos dados de um advogado de Adélio.

Encomendaram a morte do presidente da República. Adélio Bispo é um assassino profissional, que foi cooptado para assassinar Jair Messias Bolsonaro. Adélio Bispo não agiu sozinho, não é louco e existem fortes indícios e robusto conjunto de provas de que a esquerda brasileira encomendou a morte do presidente Jair Bolsonaro Frederico Wassef

Por que é distorcido

A entrevista coletiva foi concedida por Frederico Wasseff em novembro de 2021, não recentemente, como sugerem publicações nas redes sociais (aqui). O advogado da família Bolsonaro faz as afirmações sem provas e informa que o TRF-1 (Tribunal Regional da 1ª Região) havia derrubado uma decisão anterior que proibia a quebra de sigilo e o acesso aos dados de um advogado de Adélio (aqui).

Em abril deste ano, o jornal Folha de S.Paulo noticiou que uma investigação da PF (Polícia Federal) cita uma possível relação da facção criminosa PCC com pagamentos para a defesa de Adélio Bispo de Oliveira, autor da facada em Jair Bolsonaro em 2018 (aqui). Porém, a reportagem ressalta que a apuração, reiniciada no ano passado, contraria conclusões anteriores e levanta uma tese considerada inconsistente pela própria direção da PF.

A reportagem não cita suposta relação entre Adélio Bispo e partidos ou políticos de esquerda.

Agiu sozinho. A Polícia Federal, em dois inquéritos, concluiu que Adélio agiu sozinho, sem o envolvimento de mandantes ou comparsas, e que foi movido por discordâncias políticas (aqui). No ano passado, as investigações foram reabertas com foco no financiamento dos advogados que o defenderam inicialmente (aqui).

Na terça-feira (19), o UOL Confere mostrou que é falsa a afirmação de que Adélio Bispo confessou suposto envolvimento do PT, PSOL e MDB no episódio (aqui). A defesa de Adélio negou a afirmação.

Viralização. Uma publicação no Facebook com a montagem distorcida, feita na última terça-feira (19), registra 784 mil visualizações, 61 mil curtidas, 13 mil comentários e 36 mil compartilhamentos. Já um post no Kwai, publicado na segunda-feira (18), tem 63,6 mil visualizações, 5,6 mil curtidas e 1,2 mil comentários.

Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.

5 dicas para você não cair em fake news

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