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PF conclui pela 2ª vez que Adélio agiu sozinho em ataque contra Bolsonaro

Bolsonaro foi esfaqueado por Adélio Bispo, em Juiz de Fora, durante a campanha presidencial - Getty Images
Bolsonaro foi esfaqueado por Adélio Bispo, em Juiz de Fora, durante a campanha presidencial Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

14/05/2020 12h57

A PF (Polícia Federal) concluiu uma segunda investigação que aponta, novamente, não haver mandantes do atentado contra Jair Bolsonaro, esfaqueado durante um ato de sua campanha presidencial na cidade de Juiz de Fora (MG), em 6 de setembro de 2018.

"Até aqui, a investigação, marcada ininterruptamente pelo rigor técnico, demonstrou que Adélio Bispo de Oliveira atuou sozinho, por iniciativa própria, tendo sido o responsável pelo planejamento da ação criminosa e sua execução, não contando, a qualquer tempo, com o apoio de terceiros", lê-se no segundo inquérito aberto sobre o caso, entregue à Justiça Federal em Minas Gerais.

A informação foi divulgada pelo site G1 e confirmada pelo UOL. O primeiro inquérito, finalizado ainda em 2018, já havia chegado à mesma conclusão.

A investigação do atentado foi um dos motivos de discórdia entre o então ministro da Justiça, Sergio Moro, e o presidente da República.

Em depoimento prestado à PF, o ex-ministro disse que Bolsonaro teve acesso ao trabalho de investigação sobre o caso. Moro ainda afirmou que o presidente alegou uma "suposta falta de empenho" da PF para justificar a troca do então diretor-geral, Maurício Valeixo.

Segundo Moro, na ocasião, Bolsonaro "não apresentou qualquer contrariedade em relação ao que lhe foi apresentado".

O ex-juiz da Lava Jato disse que a apresentação das informações foi feita porque entendeu que "não havia sigilo legal" no caso, por Bolsonaro ser vítima e por envolver a segurança nacional.

Moro deixou pasta em 24 de abril. Na ocasião convocou a imprensa para anunciar sua saída e fez diversas acusações contra Bolsonaro, entre elas de que o presidente queria ter acesso a informações sigilosas de investigações da PF.

O presidente Jair Bolsonaro defendeu no final de abril que a PF reabra a investigação da tentativa de assassinato contra ele, na campanha eleitoral de 2018.

"Eu não tenho provas, tenho sentimento. O que for possível a Polícia Federal fazer, dentro da legalidade, para apurar quem pagou o Adélio para me matar, vai fazer", afirmou a jornalistas.

No ano passado, a Justiça Federal considerou Adélio Bispo inimputável por transtorno mental, e a defesa do presidente da República não chegou a recorrer da decisão. Bispo foi diagnosticado com transtorno delirante persistente e cumpre internação no Hospital Psiquiátrico de Custódia Jorge Vaz, em Barbacena (MG).