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Posts distorcem fala de jornalista da CNN sobre ministro acusado de assédio

10.set.2024 - Vídeo recorta falas da apresentadora fora de contexto Imagem: Arte/UOL sobre Reprodução Instagram

Do UOL, no Rio

10/09/2024 15h48

Publicações compartilhadas nas redes sociais usam recortes da fala da apresentadora Elisa Veeck, da CNN Brasil, para sugerir que ela teria usado "racismo" para defender o ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, das acusações de assédio sexual.

As edições tiram as falas de contexto. No começo do programa, a jornalista se diz inclusive perplexa com a suspeita.

O UOL Confere considera distorcido conteúdos que usam informações verdadeiras em contexto diferente do original, alterando seu significado de modo a enganar e confundir quem os recebe.

A sugestão de checagem foi enviada ao UOL Confere pelo WhatsApp (11) 97684-6049.

O que diz o post

Um vídeo com recortes de falas da apresentadora Elisa Veeck no programa Live CNN é compartilhado com a seguinte legenda: "Assédio de esquerda pode? Mídia dá desculpa de "racismo" para defende Silvio Almeida".

Na publicação, ela diz o seguinte: "(...) profundidade sobre o racismo estrutural e o olhar doentio que nós brancos temos sobre os negros, o quanto nós, brancos, inferiorizamos, excluímos, ferimos, matamos. E a notícia de um ministro de Estado, preto, denunciado por outra ministra de Estado, preta".

Por que é distorcido

Edição tira de ordem as falas da apresentadora. Elisa Veeck não usou racismo para justificar ou defender a conduta do ex-ministro Silvio Almeida, acusado de assédio sexual. Na verdade, a jornalista se disse perplexa e desconfortável com a notícia. "Chegamos, nós e essa sensação de paralisia e perplexidade, e até de negação, ao ver uma denúncia tão grave", afirmou na abertura do programa Live CNN de 6 de setembro de 2024 (aqui).

Jornalista falou da formação em tom de reprovação. Em seguida, ela destacou o trabalho intelectual de Silvio Almeida, referência em estudos de Direitos Humanos, justamente para apontar indignação com o caso: "(...) uma denúncia tão grave em cima de um dos maiores estudiosos do país quando o assunto é pretos e pretas e direitos humanos". Quando ela fala de "profundidade sobre o racismo estrutural", refere-se ao teor dos livros escritos por ele.

Ela seguiu as normas das grandes redações. Elisa Veeck também deu espaço para a defesa do então ministro e citou diversas vezes que isso faz parte do protocolo do jornalismo. É possível verificar a íntegra do programa no YouTube. Algumas frases usadas no vídeo desinformativo foram retiradas dos primeiros minutos da edição. Veja abaixo:

Elisa Veeck se pronunciou no Instagram. Em um post na rede social, a jornalista disse que "montagens mentirosas são graves, e não contribuem para a nossa saúde mental coletiva".

Viralização. No Instagram, um post com o conteúdo desinformativo registrava mais de 180 mil reproduções.

Este conteúdo também foi checado por Aos Fatos.

Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.

5 dicas para você não cair em fake news

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