Viradas de Boulos, Lula e Dilma não aconteceram todas às 18h45
Não é verdade que os momentos de virada de Guilherme Boulos (PSOL) sobre Pablo Marçal (PRTB) na disputa à Prefeitura de São Paulo, de Lula (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022, e de Dilma Rousseff (PT) sobre Aécio Neves (PSDB) em 2014 tenham acontecido, todas, às 18h45.
Post usa informações incorretas para levantar suspeitas sobre a integridade das eleições no Brasil.
A checagem foi sugerida ao UOL Confere pelo WhatsApp (11) 97684-6049.
O UOL Confere considera distorcido conteúdos que usam informações verdadeiras em contexto diferente do original, alterando seu significado de modo a enganar e confundir quem os recebe.
O que diz o post
A publicação usa a imagem de gráficos das apurações das eleições municipais de 2024 em São Paulo, e das eleições presidenciais de 2022 e de 2014.
O conteúdo é compartilhado com o seguinte texto sobreposto: "Boulos ultrapassa Marçal às 18:45; Dilma ultrapassa Aécio às 18:45; Lula ultrapassa Bolsonaro às 18:45. 'Tudo 'coincidência'."
Por que é distorcido
Viradas não aconteceram no horário exato indicado no post. Boulos passou à frente de Marçal às 18h40 (aqui e aqui), não às 18h45. Ao fim da apuração, o candidato do PSOL ficou em segundo lugar na disputa com 29,07% dos votos válidos, atrás de Ricardo Nunes (MDB), com 29,48%. Já Marçal teve 28,14% dos votos. Boulos e Nunes vão disputar o segundo turno da eleição no dia 27 de outubro.
Em 2022, virada foi às 20h02 no 1° turno e às 18h44 no 2°. O post não especifica a qual mudança de cenário se refere, mas a virada do petista sobre Bolsonaro no primeiro turno também não aconteceu às 18h45 (aqui e aqui), e sim 1h17min depois. Já a do segundo turno aconteceu, de fato, em um horário próximo ao indicado: às 18h44 (aqui, aqui e aqui).
A de Dilma sobre Aécio no 2º turno, em 2014, foi às 19h32. O post usa a imagem de um gráfico extraído de uma matéria do portal g1 e acrescenta o horário incorreto sobre ele (aqui).
Sem comprovação de fraudes na urna eletrônica. As urnas eletrônicas são usadas no Brasil desde 1996, e nunca houve qualquer confirmação de fraude nas eleições por causa delas (aqui). Em 2014, o candidato derrotado na eleição presidencial, Aécio Neves (PSDB), questionou o pleito e o partido solicitou uma auditoria. A análise feita pelo PSDB constatou que não houve fraude. Em 2022, sob Bolsonaro, as Forças Armadas também fizeram um relatório como entidade fiscalizadora do processo eleitoral junto ao TSE. O documento não citou indício de fraude na eleição. No mesmo ano, o partido de Bolsonaro (PL) também questionou as urnas. As alegações do partido eram enganosas e foram desmentidas (leia aqui).
Viralização. Um post no Instagram com o conteúdo desinformativo tinha mais de 30 mil visualizações nesta terça-feira (8).
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