Laudo do IML indica que dentista errou ao extrair todos os dentes de jovem de Brasília
Laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Brasília concluiu que tecnicamente não havia qualquer necessidade de extrair os 26 dentes do jovem César Oliveira Ferreira, de 17 anos. Segundo o diretor do IML, Malthus Fonseca Galvão, o cirurgião dentista do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) errou.
No dia 24 de setembro, César passou por uma cirurgia para retirar apenas dois dentes, mas quando acordou todos os dentes haviam sido retirados.
"Não havia nenhum problema grave nos dentes e definitivamente não era o caso de extração completa. Houve um equívoco. A perícia constatou apenas pequenas ocorrências mínimas, como cárie e problema na gengiva, que todo mundo tem. Mas o nível ósseo dele era muito bom e os dentes eram esteticamente lindos", afirmou.
Galvão informou ainda que apenas os dois dentes que estavam previstos e autorizados pela família deveriam ter sido arrancados. "Esses dentes realmente deveriam ser extraídos, porque apresentavam destruição coronária e comprometimento periapical e periodontal", explicou.
O IML levou em conta na análise as radiografias feitas antes e depois da operação, o exame físico do jovem, a anamnese (entrevista) e os dentes que foram apreendidos na casa do dentista. O laudo será anexado ao inquérito que investiga a responsabilidade do profissional.
Para o diretor do IML, o caso alerta para a necessidade de obter autorização para qualquer procedimento odontológico. "Agora as pessoas vão passar a se preocupar com isso. A hipótese de descartar a autorização do paciente ou da família só cabe quando envolve o direito à vida. Neste caso, isso não se aplica", falou.
Segundo ele, o jovem agora vai precisar passar por uma série de procedimentos chatos e demorados para conseguir resgatar as funções dos dentes, como a mastigação e o auxílio vocal.
O Conselho Regional de Odontologia do Distrito Federal (CRO-DF) abriu um processo ético contra o dentista responsável pela operação e prometeu arcar com os custos da reconstituição da arcada dentária do jovem. A investigação deve durar de quatro a seis meses.
Segundo o presidente da entidade, Julio César, o conselho nunca havia registrado um caso parecido antes. O dentista, no entanto, não será afastado do CRO até que termine o julgamento.
Na primeira audiência, que ainda não tem data para acontecer, as duas partes serão ouvidas. Se o dentista for condenado, pode receber uma advertência ou até perder o registro profissional. Caso isso aconteça e ele entre com recurso, o processo será analisado pelo Conselho Federal de Odontologia.
O dentista, no entanto, já foi afastado pela Secretaria Estadual de Saúde do DF do cargo que ocupava no hospital público. A coordenadora de odontologia do Hran também foi exonerada, por não ter comunicado o ocorrido ao gabinete do hospital e à secretaria.
A Secretaria de Saúde instaurou um processo administrativo disciplinar. De acordo com a pasta, a retirada de todos os dentes de um paciente de uma só vez nunca aconteceu antes e não é considerada um procedimento aceitável.
O CRO-DF e a Secretaria de Saúde não informaram o nome do profissional ou qualquer outra informação sobre ele.
Pais do jovem estão revoltados
No dia 24 de setembro, César passou por uma cirurgia para retirar apenas dois dentes, mas quando acordou todos os dentes haviam sido retirados.
"Não havia nenhum problema grave nos dentes e definitivamente não era o caso de extração completa. Houve um equívoco. A perícia constatou apenas pequenas ocorrências mínimas, como cárie e problema na gengiva, que todo mundo tem. Mas o nível ósseo dele era muito bom e os dentes eram esteticamente lindos", afirmou.
Galvão informou ainda que apenas os dois dentes que estavam previstos e autorizados pela família deveriam ter sido arrancados. "Esses dentes realmente deveriam ser extraídos, porque apresentavam destruição coronária e comprometimento periapical e periodontal", explicou.
O IML levou em conta na análise as radiografias feitas antes e depois da operação, o exame físico do jovem, a anamnese (entrevista) e os dentes que foram apreendidos na casa do dentista. O laudo será anexado ao inquérito que investiga a responsabilidade do profissional.
Para o diretor do IML, o caso alerta para a necessidade de obter autorização para qualquer procedimento odontológico. "Agora as pessoas vão passar a se preocupar com isso. A hipótese de descartar a autorização do paciente ou da família só cabe quando envolve o direito à vida. Neste caso, isso não se aplica", falou.
Segundo ele, o jovem agora vai precisar passar por uma série de procedimentos chatos e demorados para conseguir resgatar as funções dos dentes, como a mastigação e o auxílio vocal.
O Conselho Regional de Odontologia do Distrito Federal (CRO-DF) abriu um processo ético contra o dentista responsável pela operação e prometeu arcar com os custos da reconstituição da arcada dentária do jovem. A investigação deve durar de quatro a seis meses.
Segundo o presidente da entidade, Julio César, o conselho nunca havia registrado um caso parecido antes. O dentista, no entanto, não será afastado do CRO até que termine o julgamento.
Na primeira audiência, que ainda não tem data para acontecer, as duas partes serão ouvidas. Se o dentista for condenado, pode receber uma advertência ou até perder o registro profissional. Caso isso aconteça e ele entre com recurso, o processo será analisado pelo Conselho Federal de Odontologia.
O dentista, no entanto, já foi afastado pela Secretaria Estadual de Saúde do DF do cargo que ocupava no hospital público. A coordenadora de odontologia do Hran também foi exonerada, por não ter comunicado o ocorrido ao gabinete do hospital e à secretaria.
A Secretaria de Saúde instaurou um processo administrativo disciplinar. De acordo com a pasta, a retirada de todos os dentes de um paciente de uma só vez nunca aconteceu antes e não é considerada um procedimento aceitável.
O CRO-DF e a Secretaria de Saúde não informaram o nome do profissional ou qualquer outra informação sobre ele.
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