Cinco pessoas são presas durante greve de rodoviários na Grande BH

Pelo menos cinco pessoas foram presas pela Polícia Militar de Minas Gerais por conta da paralisação dos rodoviários deflagrada desde 0h desta segunda-feira (15) em Belo Horizonte e região metropolitana.

De acordo com a PM, dois homens foram detidos no final da manhã acusados de provocar tumulto na porta de uma empresa de transporte coletivo e entrarem em luta corporal com passageiros que estavam dentro de um ônibus em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte. Eles impediam a circulação do ônibus, o que provocou revolta nos ocupantes do veículo. Apesar do tumulto, ninguém se feriu, informou a polícia.

No começo da manhã, três pessoas haviam sido presas por apedrejaram um ônibus em Belo Horizonte. O motorista ficou ferido e foi levado ao Hospital de Pronto-Socorro João 23. O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) informou que 33 ônibus foram depredados desde o início do movimento.

Os representantes das empresas e dos trabalhadores divulgaram números diferentes em relação à paralisação. De acordo com os donos dos coletivos, nesta manhã em Belo Horizonte a circulação de veículos foi de 90% e na região metropolitana chegou a 85%, sendo que gradativamente, o tráfego de coletivos está sendo normalizado.

Já Ronaldo Batista, coordenador da Federação dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário no Estado de Minas Gerais (Fettrominas), afirmou que a paralisação atingiu 80% do total de ônibus de Belo Horizonte e região.

Por sua vez, a BHTrans, empresa que gerencia e fiscaliza o tráfego na capital, informou há pouco que 75% da frota está circulando em Belo Horizonte. Segundo o órgão, os pontos de embarque mais afetados são os do Barreiro, com apenas 30% da frota em operação, e Diamante, com 5% de ônibus rodando. Na região norte, a estação de São Gabriel opera com 70% e a de Venda Nova tem funcionamento normal.

A greve dos rodoviários de Belo Horizonte, em Minas Gerais, e região metropolitana provocou vários pontos de congestionamento na manhã de hoje nas ruas da capital mineira por causa do número excessivo de veículos nas ruas.

Movimento grevista
Após assembleia realizada na tarde deste domingo (14), rodoviários de Belo Horizonte e região metropolitana decidiram retomar greve a partir da meia-noite de hoje. No último dia 22 de fevereiro, a categoria iniciou paralisação que trouxe transtornos a aproximadamente 1,5 milhão de passageiros.

De acordo com Denílson Dorneles, coordenador político do Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Rodoviário de Belo Horizonte e Região (STTRBH), a pauta de reivindicação pede melhoria salarial e melhores condições de trabalho. Eles reclamam 37% de aumento nos vencimentos e redução da jornada de trabalho para seis horas diárias, além do fim da função dupla do motorista e término da compensação de horas extras.

Segundo o dirigente, a greve de fevereiro somente foi suspensa para que as negociações avançassem, e ela está sendo retomada porque patrões e empregados não chegaram a um consenso.

Na última paralisação, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Minas Gerais determinou multa diária de R$ 300 mil aos sindicatos que representam os trabalhadores, caso a greve fosse mantida.

“Baixamos a nossa proposta, que era de 37% de reajuste nos salários, para 12%, mas mesmo assim, não houve acordo com os patrões”, revelou Dorneles.

As empresas de transporte coletivo da região metropolitana de Belo Horizonte informaram que já haviam apresentado ao sindicato uma proposta de reajuste (4,36%). Em nota divulgada durante o movimento de fevereiro, as empresas informaram que o percentual colocaria os trabalhadores do setor entre os de maior remuneração, considerando os salários pagos em todas as capitais do país.

Sobre a nova paralisação, a assessoria de imprensa do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) disse que o posicionamento da entidade é aguardar a resolução do impasse via TRT. Em relação aos transtornos causados à população, a assessoria informou que serão aceitas, a partir de hoje em todas as empresas de transporte coletivo, inscrições de trabalhadores que serão chamados para eventual substituição dos funcionários em greve