Avanço tecnológico trouxe benefícios e prejuízos ao trabalhador
A dependência tecnológica no mundo do trabalho é cada vez maior. Para o economista e diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio, as transformações sociais geradas por essa dependência trouxeram benefícios e prejuízos ao trabalhador.
“Em algumas atividades penosas, como o corte da cana-de-açúcar, o uso de máquinas é positivo porque auxilia o ser humano, mas em outras substitui o trabalhador, o que significa um prejuízo para a sociedade porque gera desemprego”, afirmou Lúcio.
Outro aspecto importante da inserção das novas tecnologias no trabalho é a sua interferência na vida do trabalhador. Para o diretor do Dieese, a máquina é utilizada para aumentar a produção e não para melhorar a qualidade de vida no trabalho. A tecnologia sofistica os métodos de controle e coerção da empresa, ela permite supervisionar a produção de todos os trabalhadores online e a capacidade de controle da empresa sobre o empregador é maior”.
O economista destacou que a tecnologia também traz benefícios para a sociedade, pois gera desenvolvimento e crescimento da economia, apesar de algumas vezes ser perversa.
“A tecnologia gera crescimento, produtividade, produtos mais baratos e amplia o mercado, o que gera mais empregos, mas ela é perversa quando tem a intenção de substituir o trabalho e o objetivo é puramente aumentar o lucro e excluir o trabalho do processo”, explicou.
Para a presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos, Leyla Nascimento, o predomínio do uso de tecnologias no trabalho exige que os profissionais de todas as áreas estejam permanentemente atualizados para o mercado. “Dominar o conhecimento tecnológico é fundamental, seja em obras ou em consultórios médicos, a tecnologia está presente em todos os ambientes profissionais. A flexibilidade e a capacidade de mudança fazem parte do DNA do profissional moderno”, lembrou.
Leyla afirmou, entretanto, que uma das características dos tempos atuais é a existência do desemprego estrutural. As empresas têm vagas, mas não tem profissionais para atendê-las. “Estamos prevendo um gap [lacuna] para os próximos dez anos”, lamentou.
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