Termina audiência de Bruno no RJ; defesa e acusação se dizem satisfeitos
Defesa e Ministério Público saíram satisfeitos da primeira audiência do processo em que o ex-goleiro Bruno Souza é acusado de forçar a ex-amante Eliza Samudio a tomar substâncias abortivas. Durante cerca de três horas, quatro testemunhas de acusação foram ouvidas na tarde desta quinta-feira (26) pelo juiz Marco Mattos Couto na 1ª Vara Criminal de Jacarepaguá (RJ).
No processo, Bruno e o amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, são acusados de sequestro, cárcere privado e lesão corporal contra a ex-amante do jogador. A ação é de 2009. Os réus foram transferidos de Belo Horizonte para o Rio durante a manhã, e acompanharam os depoimentos.
A sessão ocorreu a portas fechadas. A pedido da defesa, as algemas foram retiradas. Antes do início, os advogados tentaram anular o processo, afirmando que, como se trata de violência contra a mulher, seria preciso representação da vítima. O juiz negou o pedido, aceitando argumento do Ministério Público, de que o fato de Eliza ter comparecido à delegacia vale como representação.
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Audiência e próximos passos
“Acho que a defesa vai ter que tentar inventar a roda agora”, afirmou o promotor Eduardo Paes, que saiu da audiência com a certeza da condenação. O advogado Ércio Quaresma também se disse contente com os trabalhos. “Quem vai produzir uma sentença, que eu saiba, é o magistrado. Se ele [promotor] pode dizer isso por um lado, eu fiquei muito satisfeito por outro. Porque não se provou nada. Não há o que se provar”, disse.
Bruno e Macarrão devem permanecer durante 30 dias na capital fluminense, no complexo penitenciário de Bangu, para as demais audiências. Ainda não há data para a próxima, quando devem ser ouvidas as testemunhas de defesa. O juiz deu 48 horas para a defesa completar o endereço de algumas delas, que pretendem convocar, para que sejam intimadas. Ao todo, são 13 (cinco do goleiro e oito de Macarrão).
Quaresma afirmou que tentará, junto ao Tribunal de Justiça do Rio, conseguir que os jogadores Adriano e Vagner Love sejam intimados a testemunhar na defesa do goleiro. “Eu não tenho que indicar para a acusação porque quero ouvir A, B ou C”, defendeu. As testemunhas já arroladas são: a presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, o diretor de futebol do clube, o ex-jogador Zico, além do ex-técnico rubro-negro Andrade e o atual lateral direito do time Leonardo Moura.
Quaresma ainda questionou a conduta de Eliza ao telefonar para a imprensa, após ter denunciado o sequestro. “O que demonstra, desde o início, a volição dessa senhora de angariar recursos com o fruto da barriga dela”, atacou. O advogado disse ainda que a própria ex-amante de Bruno e tudo o que ela tem dito são de “credibilidade contestável”.
“Não estou falando que ela não pode ter sido agredida por alguém. Só quero saber por que não foram no local do fato imediatamente após a denúncia para prender os sequestradores. Por que não houve diligência?”, questionou Quaresma sobre depoimento da delegada que conduziu a ocorrência. Segundo ele, a própria delegada admitiu não ter achado necessário ir até o local por falta de fundamentos na acusação.
Depoimentos
Hoje foram ouvidas quatro testemunhas de acusação. Milena Baroni Fontana, amiga de Eliza, afirmou que a jovem contou ter sido xingada e agredida no carro com o goleiro e mais dois amigos dele, no Rio de Janeiro. A primeira testemunha foi a delegada Maria Aparecida Mallet, que afirmou que Eliza acusou Bruno de forçá-la a tomar substâncias abortivas para tirar o filho. A delegada atendeu Eliza na Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) na época. Dois funcionários do condomínio de Bruno na Barra da Tijuca, no Rio, disseram não ter conseguido ver se Eliza chegou com Bruno ao prédio. Uma das testemunhas, outro funcionário, foi dispensado pela acusação.
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