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Mulher é presa por suposta tortura contra prima deficiente no RS

Especial para o UOL Notícias<br>Em Porto Alegre

22/09/2010 15h43

Uma mulher de 65 anos foi presa nesta quarta-feira (22)  suspeita de torturar uma mulher de 58 anos, de quem recebia uma pensão mensal de R$ 5.000. A vítima, segundo a polícia, era prima distante da agressora.

A mulher agredida, que residia em Canoas junto com a prima, na região metropolitana de Porto Alegre, tinha "graves problemas auditivos e deficiência visual", de acordo com a polícia. Segundo as investigações preliminares, as agressões vinham se repetindo há pelo menos 20 anos.

A polícia fez a prisão numa clínica psiquiátrica de Porto Alegre, onde a agressora buscava auxílio médico. A denúncia partiu dos próprios filhos da agressora, que torturava a mulher com choques elétricos, queimaduras e sessões de afogamento, gravaram a suspeita em ação. As gravações de áudio e vídeo foram entregues à polícia gaúcha no último dia 9. A partir dos relatos, foram obtidos na Justiça mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão.

A delegada da Delegacia da Mulher de Canoas, Kátia Rheinheimer, informou que foram recolhidos vários objetos utilizados pela agressora nas sessões de tortura, como um alicate e um pedaço de pau. Segundo ela, os objetos constituem "prova irrefutável" da participação da suspeita nas agressões.

Além disso, na casa havia uma procuração no nome da suposta agressora, autorizando-a a receber R$ 5.000 mensais pela guarda da mulher.

"Os vídeos e áudios relatam toda a crueldade utilizada pela acusada na prática do crime hediondo", disse a titular da Delegacia da Mulher de Canoas.

A delegada diz que a suspeita tem problemas psicológicos e buscava tratamento psiquiátrico quando foi presa. Após ser interrogada, a mulher será encaminhada ao presídio feminino de Porto Alegre. Ela será indiciada por tortura, cárcere privado, abandono de incapaz e lesões graves.

O Código Penal prevê prisão de até cinco anos para lesão grave em caso de abandono de incapaz. Para cárcere privado, a pena prevista pode chegar a oito anos.