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Sem sucesso em escavações, Marinha suspende buscas por primeira mina marítima em Maragogi (AL)

Carlos Madeiro<BR>Especial para o UOL Notícias<br>Em Maceió

08/10/2010 07h01

Depois de três dias de escavações em uma área de 300 m², a Marinha suspendeu, no final da tarde desta quinta-feira (7), as buscas pela primeira mina marítima enterrada na praia de Antunes em Maragogi, no litoral norte de Alagoas, a 135 km de Maceió.

A operação foi retomada por volta das 5h da manhã desta sexta-feira (8), mas com escavações na área de outra mina localizada a uma distância de 2 km do primeiro local.

Segundo investigações iniciais da Marinha, seis minas –provavelmente utilizadas durante a Segunda Guerra Mundial para destruir navios– estão enterradas na cidade, sendo duas na praia de Antunes e outras quatro na área central da cidade. Vinte e três oficias da Marinha participam da operação.

O capitão dos Portos de Alagoas, André Meire, explicou ao UOL Notícias que a primeira mina deve estar enterrada a uma profundidade de aproximadamente 4 metros do solo –quando a previsão inicial era que estivesse a 1,5m– na praia de Antunes.

"O problema é que a partir de 2,5m de profundidade já encontramos água e não podemos utilizar o detector de metais. Dentro dessas condições, temos que fazer sondagens, mas isso tornará o trabalho dificílimo, pois a área detectada pelos gases é muito extensa. Seria como procurar uma agulha no palheiro, ou seja, deixa de ser competência para ser sorte encontrar o artefato", afirmou. O capitão prevê que a mesma dificuldade seja encontrada na área onde estaria a segunda mina.

Meire disse ainda que as minas da praia provavelmente foram cobertas por sedimentos marítimos. Para tentar facilitar as buscas, a Marinha convocou um pescador, que presenciou a chegada das minas, mas as informações sobre o ponto onde elas estão enterradas não são precisas.

"Pelas marcas dadas pelo pescador, ao longo dos anos, o mar recuou a uma distância de 5 a 10 metros. Os pontos de referência que ele tinha podem não ser os mesmos, já que é um cenário de pelo menos 30 anos”, ressaltou o capitão.

Diante das dificuldades inesperadas, Meire já não descarta a possibilidade de prorrogar a operação, que estava prevista para acabar no próximo dia 25. Outra hipótese já levantada é manter as minas da praia enterradas.

“Nós solicitamos, e a prefeitura vai levar uma bomba para sugarmos a água e tentarmos, num terreno a seco, voltarmos a usar o detector de metais. Vamos fazer algumas tentativas, inclusive escavações em uma área maior. Vamos ainda esgotar algumas possibilidades”, disse.

O capitão ressalta que as dificuldades encontradas na praia de Antunes não devem se repetir no centro de Maragogi. “Na cidade, prevemos que as minas ainda estejam a 1,5 m de profundidade, já que os pescadores à época informaram que as rolaram a uma distância maior da praia e acreditamos que não houve alteração do cenário. Acreditamos que será mais fácil, mas também não há certeza”, finalizou.