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Babá é acusada de agredir bebês no RS

Lucas Azevedo

Especial para o UOL Notícias<br>Em Porto Alegre (RS)

29/12/2010 19h36

O Ministério Público do Rio Grande do Sul ofereceu denúncia, nesta quarta-feira (29), contra a babá e técnica de enfermagem Christiane Prestes de Azevedo, 35, por crimes de tortura. Ela é acusada de agredir um casal de gêmeos com menos de um ano de idade entre julho e 1º de dezembro deste ano, na casa das crianças, na cidade de Caxias do Sul, Serra Gaúcha.

Em sua denúncia, a promotora de Justiça Sílvia Regina Becker Pinto afirma que Christiane submeteu os bebês a “intenso sofrimento físico e mental com emprego de violência”. Em uma das oportunidades, um dos gêmeos foi gravemente ferido, o que ocasionou fratura na clavícula esquerda, ocasionando redução dos movimentos do braço.

Ainda segundo a denúncia, a babá é responsável por dois crimes de tortura, qualificados por terem sido cometidos contra crianças e agravados em função da “violação de dever inerente à profissão e do prevalecimento de relações domésticas”.

Em outras agressões, os bebês ficaram com hematomas nas pernas e na região lombar e manchas na pele indicativas de estrangulamento. Em uma ocasião, Christiane atirou as crianças no trocador de fraldas e no sofá, e também as sufocou e bateu suas cabeças, uma contra a outra.

“A denunciada, na condição de babá e técnica de enfermagem, tinha obrigação de zelar pela integridade corporal e psicológica das vítimas”, salientou a promotora.

No início de novembro, os pais das crianças instalaram câmeras na sala e no quarto dos bebês, depois de desconfiarem de marcas nos seus corpos. Após entregarem as gravações à polícia, a babá teve prisão preventiva decretada.

No dia 15 de dezembro, Christiane foi encaminhada novamente à delegacia para registrar ocorrência. Ela possuía ferimentos nas costas e na cabeça, decorrentes, segundo ela, de uma queda da cama. Na ocasião, uma fonte de dentro da penitenciária feminina onde ela estava presa afirmou que um grupo de detentas teriam agredido a babá. O episódio fez com que Christiane fosse transferida para outra detenção.

Em uma entrevista para um jornal de Caxias do Sul, a acusada afirmou não ter consciência do que estava fazendo quando agrediu as crianças.

A Justiça, agora, deve acolher ou não o pedido do MP. Nem a promotora, nem os advogados de defesa de Christiane foram encontrados para comentarem o fato.