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Chuvas matam cinco pessoas no ES; total de mortos em Minas sobe para 15

O rio Itapemirim, que corta Cachoeiro do Itapemirim (ES), subiu 5 m; 3 pontes foram interditadas - Divulgação/PMCI
O rio Itapemirim, que corta Cachoeiro do Itapemirim (ES), subiu 5 m; 3 pontes foram interditadas Imagem: Divulgação/PMCI

Do UOL Notícias*

Em São Paulo

30/12/2010 11h12Atualizada em 30/12/2010 18h24

Cinco pessoas morreram no Espírito Santo nesta quinta-feira (30) por conta das chuvas que atingem o sul do Estado. De acordo com a Defesa Civil Estadual, três pessoas morreram soterradas no desabamento de uma casa em Afonso Cláudio. Em Cachoeiro do Itapemirim, uma vítima foi arrastada pela água no centro da cidade e não resistiu. Já em Jerônimo Monteiro, uma pessoa morreu ao ser levada pela correnteza quando tentava atravessar uma ponte.

Em todo o Estado, 4.162 pessoas estão desalojadas (abrigadas em casas de amigos e parentes) e 551 estão desabrigadas (encaminhadas a abrigos públicos).

No total, 77.294 foram prejudicadas pelas chuvas, e 3.593 edificações sofreram danos. Já são 27 municípios afetados por inundações, enchentes, enxurradas e deslizamentos no Espírito Santo.

São eles: Itarana, Itaguaçu, Muqui, Santa Maria de Jetibá, Mimoso do Sul, Laranja da Terra, Afonso Claúdio, Brejetuba, Iúna, Ibitirama, Santa Leopoldina, Ibatiba, Bom Jesus do Norte, Colatina, Baixo Guandu, Cachoeiro de Itapemirim, Marechal Floriano, Domingos Martins, Castelo, Alegre, Jerônimo Monteiro, Vila Velha, Viana, Cariacica, Serra e Fundão.

Foi decretada situação de emergência em Ibatiba, onde 16 pessoas ficaram feridas por conta de deslizamentos de terra e do aumento dos níveis do rio Pardo e dos córregos Ipê e São José. Os sistemas de abastecimento de água e de transporte público da cidade estão prejudicados.

Em Muqui, onde todo o perímetro urbano e rural foi afetado, pelo menos 468 pessoas foram deslocadas do município. A chuva também danificou o sistema de abastecimento de água e o transporte público da cidade.

Em Santa Maria de Jetibá, onde mais de 500 pessoas estão desalojadas, três casas foram soterradas, uma ponte foi destruída e outras três danificadas. A situação é grave também em Alegre e Marechal Floriano, onde há mais de 800 desalojados em cada município.

Minas Gerais

A Defesa Civil de Minas Gerais informou que quatro pessoas morreram soterradas na manhã de hoje em um imóvel localizado no bairro Santos Prates 2, na cidade de Mantena, na região do Rio Doce (a 450 km de Belo Horizonte). Segundo informações repassadas pela Polícia Militar ao órgão, havia sete pessoas na casa no momento em que um deslizamento de terra atingiu o local.

As vítimas são Sandra Aparecida de Oliveira, 34, Patrícia Raimunda de Oliveira Siqueira, 13, Jussara Aparecida Siqueira, 8, e Nicole de Oliveira Siqueira, de aproximadamente um ano e meio. Com as quatro mortes, o número de vítimas da chuva em Minas Gerais desde novembro chegou a 15 --12 delas registradas nos últimos quatro dias.

A última vítima relatada pela Defesa Civil é Gilbert Magno Santos Maia, 39 anos, morto por afogamento em Jaboticatubas, na região central de Minas. O corpo dele foi arrastado pelas águas do córrego Paciência.

O número de cidades mineiras que decretaram situação de emergência em razão das chuvas que atingem parte do Estado subiu para 39, segundo dados da Defesa Civil Estadual.

De acordo com o órgão, 29 pessoas se feriram em razão das chuvas, 907 pessoas estão desabrigadas (acomodadas em abrigos públicos) e 10.413 desalojadas (abrigadas em casas de amigos e parentes).

Em relação aos danos materiais, a defesa civil informou que 114 casas foram destruídas e mais de 3 mil apresentaram danos. Até o momento, 48 pontes ruíram e 263 tiveram a estrutura abalada pelas chuvas.

Chuvas inundam casa em Matosinhos/MG

  • Rayder Bragon

As cidades mais atingidas pelos temporais estão localizadas na região do Rio Doce, Zona da Mata e região central do Estado.. Na região metropolitana de Belo Horizonte, a cidade de Matozinhos (distante 50 km da capital) também foi afetada.

De acordo com o major Edylan Arruda, chefe do setor de comunicação social da Defesa Civil de Minas Gerais, o órgão tem auxiliado os municípios castigados pelos temporais com cestas básicas, kits de higiene e limpeza, além de colchões e telhas. Ele afirma que as defesas civis municipais precisam apontar os locais de risco para facilitar as ações de resgate e auxílio. “As cidades precisam ter o mapeamento das áreas de risco, como áreas de inundação ou deslizamentos. A primeira resposta é do município”, disse.

Chuva deixa capital fluminense em atenção

A Defesa Civil do Rio de Janeiro voltou hoje (30) a informar que a cidade permanece em estado de atenção devido à chuva que atinge o município. Chove forte em bairros das zonas sul e norte e no centro da capital fluminense.

Rio de Janeiro

As regiões norte e noroeste do Estado do Rio de Janeiro também sofrem com a chuva dos últimos dias. Ao todo, são 2.395 deslojados e 396 desabrigados nos municípios de Campos dos Goytacazes, Itaperuna, Santo Antônio de Pádua, São Fidélis, Cambuci, Aperibé, Itaocara, Natividade, Porciúncula, Lage do Muriaé, Cardoso Moreira e Italvas. A região é cortada pelos rios Pomba, Muriaé, Carangola e Paraíba do Sul.

Como a chuva diminuiu nos últimas horas, a tendência é que os níveis dos rios diminua, segundo o Corpo de Bombeiros. Em Campos, o nível do rio Paraíba do Sul chegou às 10,18 m às 6h de hoje, apenas 12 cm a menos do que o nível de transbordamento e mais de meio metro do nível de alerta. Se o rio transbordar, alguns bairros serão inundados e regiões mais afastadas podem ficar isoladas.

Já a região serrana não é atingida por chuva há cerca de dois dias. Em Petrópolis, 64 pessoas permanecem desalojadas, mas não houve registro de novas ocorrências.

São Paulo

Segundo relatório da Defesa Civil do Estadual, 2.761 pessoas permanecem desabrigadas e 693 continuam desalojadas por conta das chuvas que atingiriam o Estado de São Paulo durante o mês de dezembro. Três pessoas morreram no período.

*Com reportagem de Rayder Bragon, em Belo Horizonte