Incêndio em galpão com donativos para vítimas das enchentes de AL foi criminoso, aponta laudo
O Instituto de Criminalística de Alagoas concluiu na segunda-feira (10) as investigações sobre o incêndio que destruiu um galpão com 20 toneladas de donativos e cerca de mil barracas para desabrigados das enchentes de junho de 2010. De acordo com os peritos, o fogo do último dia 28 de dezembro foi criminoso.
Segundo o laudo, o material usado para causar o incêndio não pôde ser identificado, mas ficou claro que o fogo teve início sobre as roupas mal armazenadas no local. “Fogo [foi] posto de forma direta e intencionalmente em peças de vestuários empilhadas de forma inadequada, na parede anterior esquerda, por indivíduo que se encontrava na parte externa do portão anterior esquerdo”, diz o laudo.
Para chegar à conclusão, o instituto se baseou em imagens do circuito interno de TV de uma empresa que fica a poucos metros do galpão incendiado. Na filmagem, um homem aparece chegando ao local instantes antes do início do incêndio e correndo na direção contrária logo após o início do fogo, que destruiu por completo todo o material doado às vítimas das cheias do Estado. Milhares de peças de roupas estavam guardadas no galpão e ficaram inutilizadas.
O laudo já foi encaminhado à Polícia Civil, que ainda não tem pistas sobre quem seria o incendiário. A partir de agora, a meta da polícia é identificar a pessoa que aparece nas imagens anexadas ao laudo do Instituto de Criminalística. O prazo para conclusão do inquérito é cinco de fevereiro.
Nesta terça-feira (11), o Corpo de Bombeiros também vai apresentar outro laudo sobre o incêndio e sobre as condições do prédio após o incidente. É provável que a estrutura precise ser demolida por conta dos estragos causados pelo fogo.
Além da investigação policial sobre o incêndio, o Ministério Público Estadual também investiga porque, seis meses após as enchentes, os donativos ainda não haviam sido distribuídos às vítimas da tragédia. O MP ainda questiona o motivo de tantos donativos terem sido guardados em um local insalubre.
O secretário-executivo da Defesa Civil afirmou que os donativos e barracas estavam armazenados no galpão porque não havia mais necessidade de entregar as doações às vítimas das enchentes. “Não havia mais demanda, e essas roupas iriam passar por uma triagem para serem doadas a instituições de caridade”, explicou.
O antigo galpão que armazenava os donativos havia sido cedido pela Cooperativa de Açúcar e do Álcool de Alagoas. Segundo o Corpo de Bombeiros, foi o maior incêndio registrado em Alagoas nos últimos cinco anos, e a fumaça podia ser vista em quase todos os pontos da cidade.
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