Mortes por afogamento no litoral de SP aumentam cerca de dez vezes no verão
Além dos pontos impróprios para banho, em função do excesso de turistas e de chuvas do período, o verão no litoral paulista registra, em média, um aumento de quase 70% no número de mortes por afogamento em relação ao restante do ano -- salta de duas ou três ao mês, no máximo, para até 23, segundo os dados do mês de janeiro deste ano. O número vem acompanhado também do aumento na quantidade de salvamentos, mais de vezes maior na estação -- 528, até esta terça-feira (18), diante das 60 a 80 ocorrências anotadas, em média, nos demais meses.
A estatística acompanha a média do verão passado, quando, no mês de janeiro, foram 20 mortes for afogamento em um ano em que houve meses de nenhum registro do tipo nas praias -- como junho, por exemplo, na baixa temporada. Naquele mês, foram 451 salvamentos.
As informações são do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, que, a pedido do UOL Notícias, fez um levantamento sobre a quantidade de salva-vidas que atuam no litoral. Para atender os 350 quilômetros –em um total de 650 km– de praias frequentáveis do litoral paulista são 876 salva-vidas que atuam no litoral norte (São Sebastião a Ubatuba), centro (Bertioga a São Vicente) e sul (de Praia Grande a Cananeia).
A maior parte do contingente (510) é de salva-vida municipais e temporários, cedidos pela Petrobras, mas treinados e supervisionados pelos bombeiros de SP. Os demais 366 são profissionais do Corpo de Bombeiros.
De acordo com o chefe da Comunicação na 17ª Guarnição dos Bombeiros, no Guarujá, tenente Marcelo Medeiros, o número de salva-vidas “nunca vai ser suficiente se as pessoas não colaborarem”. Ele se refere ao perfil dos afogados: 90%, diz, são do sexo masculino, dos 15 aos 25 anos e no auge da forma física. “E também a maioria é turista da cidade de São Paulo ou da Grande São Paulo”, completou.
“Tentamos mapear a praia toda, seja com um profissional a cada 50 ou 500 metros –vai depender das características do local– ou com os cinco helicópteros, além de botes e barcos. Mas ainda há muita imprudência de quem se arrisca em águas mais profundas, apesar das proibições”, disse. “Pelo perfil, mesmo, do afogado, se nota essa imprudência. Mulheres, crianças e idosos são mais cautelosos, não se aventuram."
Segundo o tenente, o volume maior de salva-vidas fica no litoral entre os dias 15 de dezembro e 15 de março. O aumento das chuvas sobretudo em janeiro, apontou, não interfere nos trabalhos. “Em certa medida pode até ser positivo, pois diminui a quantidade de turistas”, ressaltou.
Os bombeiros alertam que, além das áreas de águas profundas –mesmo a quem saiba nadar bem– regiões costeiras, com pedras, também são perigosas.
Balneabilidade
No último boletim semanal divulgado pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), na sexta-feira (14), dos 156 pontos monitorados do litoral paulista, 45 estão impróprios para banho esta semana. Desses, 24 estão no litoral norte, e, 21, no litoral sul. Veja aqui o boletim.
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