MG tem 102 cidades em situação de emergência por causa das chuvas

O número de cidades em situação de emergência por causa das chuvas em Minas Gerais subiu para 102 nesta quarta-feira (26) -- total de 150 localidades relataram adversidades em decorrência do mau tempo.

De acordo com a Defesa Civil do Estado, os dois últimos municípios que estabeleceram o decreto foram Itamarandiba (região Jequtinhonha/Mucuri, a 419 km de Belo Horizonte) e Soledade de Minas (região sul, a 417 Km da capital mineira). Nas duas cidades foram registradas enchentes. Clique aqui para ver a lista completa das cidades em emergência.

O sul do Estado é a região mais castigada nesse período chuvoso. A prefeitura de Alagoa, uma das mais atingidas, calculou em R$ 51 milhões os danos causados por temporal no último dia 12 que deixou a cidade isolada por 5 dias.

Segundo dados da prefeitura, praticamente toda a população (2.800 habitantes) foi afetada. Em relação aos danos materiais, houve registro de 14 casas que desabaram e 79 foram danificadas. Pontes, estradas, vias urbanas, paióis e o estádio municipal de futebol foram bastante avariados, de acordo com informação da prefeitura.

De acordo com o órgão, plantações de milho e feijão foram perdidas, além da perda de cabeças de gado e cavalo. A produção leiteira ficou paralisada. Alguns bairros da zona rural chegaram a ficar 9 dias sem energia elétrica. O município ficou sem telefonia móvel e fixa por quase 4 dias. A prefeitura informou que os leitos dos rios Aiuruoca, Vermelho, Bahia, Itaoca e Corguinho estão assoreados, e as áreas que os margeiam estão com excesso de areia e barro.

Segundo governador Antonio Anastasia (PSDB), há pedido feito ao governo federal pleiteando liberação de R$ 250 milhões para a recuperação da infraestrutura dos municípios atingidos.

A Defesa Civil do Estado informou que, até o momento, 54 decretos de situação de emergência estão em análise, 21 foram homologados pelo órgão e 6 foram reconhecidos pela Secretaria Nacional de Defesa Civil. Ao todo, 21 decretos foram arquivados, ou seja, a situação foi contornada com ajuda humanitária cedida pela defesa civil estadual ou o próprio município conseguiu resolver revés causado pela chuva.

O decreto de situação de emergência é o 1º passo para que o local atingido possa receber recursos emergenciais para recuperação dos danos. Se homologado, a cidade precisa apresentar plano de recuperação das áreas afetadas, que passam a ser analisadas pelos órgãos competentes estaduais.

Conforme boletim atualizado, 17 óbitos foram registrados desde novembro do ano passado e 92 pessoas se feriram. Ao todo, 2.678 estão desabrigados e 17.654 pessoas estão desalojadas, ou seja, foram levadas para casa de parentes, amigos, ou ainda para abrigos públicos. Segundo a defesa civil, 253 casas foram destruídas e 6.770 apresentaram danos. Até agora, 156 pontes foram destruídas e 488 tiveram danos na estrutura. Aproximadamente 1,3 milhão de pessoas foi afetado pelo mau tempo.