Morre em MG bebê agredido pelo pai que diz ter "escutado vozes"
Morreu neste domingo (13) o bebê de dois meses que foi agredido pelo pai na cidade de Pouso Alegre (384 km de Belo Horizonte). O menino ficou dez dias internado em coma na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal pediátrica do Hospital das Clínicas Samuel Libânio.
De acordo com a assessoria do hospital, ele não respondia mais a estímulos. A causa da morte apontada no atestado de óbito foi falência múltipla dos órgãos, segundo a assessoria. O corpo foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal) da cidade.
Conforme o delegado da Polícia Civil Clauber Marcel Moura Santos, no dia 4 deste mês o servente de pedreiro Quitério de Lima, 25, estava sozinho em casa com o filho e disse ter jogado o bebê, por duas vezes, no chão. Em seguida, ele contou ter dado banho na criança, que apresentava sangramento no nariz.
Segundo o policial, o suspeito foi ouvido na segunda-feira passada e confessou o crime. Lima está preso no presídio da cidade. “Ele falou que ouviu algumas vozes que ordenavam a ele para machucar e matar a criança”, disse o policial.
O menino foi socorrido por homens do Corpo de Bombeiros, que o levaram ao hospital após a mãe pedir ajuda aos vizinhos. Ao chegar ao local, médicos desconfiaram de maus tratos e acionaram a polícia.
Ainda de acordo com Santos, a explicação dada pelo agressor à mãe foi que o filho havia caído do sofá. Segundo o policial, não há suspeita, até o momento, da participação da mãe na agressão ao bebê. A mulher foi ouvida pela polícia e liberada em seguida. O casal tem ainda outro filho de 2 anos.
“Quando a mãe chegou em casa, segundo ela, ainda o encontrou com a criança nua no colo”, afirmou Santos.
O delegado disse ainda que o agressor não tem antecedentes criminais nos arquivos da polícia de Minas Gerais e salientou ter ouvido do servente que ele não fez uso de drogas nem de bebidas alcoólicas.
"Ouvimos diversos parentes e amigos e a maioria afirmou que ele era trabalhador, muito calado e nunca se envolveu em confusão.”
Lima será indiciado por homicídio doloso. "Eu vou concluir o inquérito amanhã e provavelmente vou colocar uma qualificadora no crime, que é a da dificuldade de defesa da vítima", ressaltou o delegado. Se condenado, o servente poderá cumprir pena de 12 a 30 anos de reclusão.
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