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Greve de policiais é considerada ilegal; Força Nacional de Segurança segue para a Paraíba

Valéria Sinésio

Especial para o UOL Notícias<br>Em João Pessoa (PB)

02/03/2011 16h40

O Tribunal de Justiça da Paraíba (TJ-PB) decretou na tarde desta quarta-feira (2) a ilegalidade da greve da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. A liminar determina o retorno imediato ao trabalho e prevê multa de R$ 30 mil em caso de descumprimento para as associações envolvidas no movimento.

A decisão da Justiça não foi recebida com surpresa pela categoria. O coronel Maquir Cordeiro, um dos líderes do movimento grevista, disse que os policiais voltarão ao trabalho o mais rápido possível. Ele disse ainda que não há pretensão de recorrer da decisão do TJ. Representantes da categoria estão reunidos neste momento para definir os rumos do movimento.

Para garantir a segurança no Estado, o governador Ricardo Coutinho decidiu solicitar apoio da Força Nacional de Segurança. Segundo o Ministério da Justiça, as tropas saíram às 7h de hoje (02) de Luziânia, em Goiás. A previsão é de que o efetivo chegue à Paraíba até às 21h. A distância entre Luziânia e João Pessoa é de aproximadamente 2.300 km.

A greve começou à zero hora de ontem (01) em toda a Paraíba. Até agora, as negociações não avançaram entre representantes da categoria e governo. As categorias querem o pagamento do reajuste anunciado pelo governador anterior, José Maranhão, intitulado 'PEC 300 da Paraíba'.

O projeto equipara os salários dos policiais paraibanos aos de Sergipe. Se o governo aceitasse pagar, um policial em início de carreira que antes recebida R$ 1,9 mil passaria a R$ 3,4 mil.

O Governo da Paraíba alega falta de recursos para atender às reivindicações. Durante a reunião realizada ontem, a secretária de Finanças, Aracilba Rocha, apresentou a situação financeira do Estado e reafirmou que não há como pagar o que os policiais querem.

De toda forma, as tabelas de reajuste estão sendo avaliadas pela equipe econômica do governo, que pediu o fim da greve. Os policiais flexibilizaram os prazos para pagamento do reajuste, mas continuaram de "braços cruzados".

Nas ruas, as opiniões estão divididas. Para a comerciária Vânia Diniz, a greve, da forma que está acontecendo, é prejudicial. “As coisas deveriam ser resolvidas com diálogo, mas não é isso o que está ocorrendo. Estou assustada com os últimos acontecimentos”, declarou.

O contador Júlio Santos, por sua vez, apóia o movimento grevista dos policiais e do Corpo de Bombeiros. “Tem que ir para as ruas mesmo e protestar. Se não for na pressão, eles não vão conseguir a concretização das reivindicações”, disse.