Atropelador de ciclistas é denunciado e pode responder por 17 tentativas de homicídio
O Ministério Público do Rio Grande do Sul denunciou nesta segunda-feira (21) à Justiça o bancário Ricardo Neis, 47, que atropelou um grupo de ciclistas em Porto Alegre no mês passado. Neis pode responder por 17 tentativas de homicídio triplamente qualificadas (motivo fútil, mediante meio que resultou em perigo comum e mediante recurso que dificultou a defesa das vítimas). Ele está preso na capital gaúcha.
Na denúncia, segundo informações do MP, a promotora Lúcia Helena Callegari narra que ao acelerar seu automóvel contra as vítimas, Neis "deu início ao ato de matar, causando nelas lesões corporais comprovadas pelos boletins de atendimento médico". Para a promotora, os ciclistas só foram salvos porque usavam equipamentos de segurança e porque foram rapidamente atendidos.
Reveja imagens do atropelamento
Conforme Callegari, os crimes foram praticados por motivo fútil, tendo em vista que o denunciado queria imprimir velocidade em seu veículo, encontrando o grupo de ciclistas pelo caminho, “demonstrando extremo egoísmo e individualismo”. O MP também destaca que o recurso utilizado dificultou a defesa das vítimas, que foram atingidas pelas costas.
No dia 25 de fevereiro, Neis atropelou um grupo de ciclistas numa rua central de Porto Alegre. Os ciclistas participavam de um passeio organizado pelo movimento Massa Crítica, que defende um trânsito com menos automóveis.
Pelo menos nove pessoas tiveram de ser atendidas no Hospital de Pronto Socorro com escoriações. Neis, que alega ter discutido com os ciclistas, fugiu do local sem prestar socorro às vítimas e se apresentou à polícia na segunda-feira, 28 de fevereiro.
Neis alegou legítima defesa para forçar passagem entre os ciclistas, já que seu filho de 15 anos, que estava a bordo do Golf, corria perigo devido a supostas ameaças por parte dos manifestantes.
Na última sexta-feira, quando a promotora adiantou que faria a denúncia, a defesa do acusado não quis comentar o caso. O advogado Jair Antônio Jonco informou apenas que aguardaria o julgamento do mérito do pedido de habeas corpus pela 1ª vara do júri do Tribunal de Justiça do Estado (TJ), para recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) pela liberdade de seu cliente.
O desembargador Odone Sanguiné, da 3ª Câmara Criminal do TJ, negou no dia 11 de março um pedido de habeas corpus encaminhado pela defesa do motorista .
Ricardo Neis, funcionário de carreira do Banco Central, está no Presídio Central de Porto Alegre desde 11 de março. Antes de ser preso, Neis foi internado num clínica para tratamento psiquiátrico, mas acabou detido por requerimento do MPE.
*Com colaboração em Porto Alegre
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