"Clonagem de cartões, em 70% dos casos, é para abastecer o crime organizado", diz especialista
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Boa parte das fraudes relacionadas a cartões de crédito, entre as mais aplicadas por estelionatários, podem ser combatidas pela a substituição do cartão magnético por cartões com chip --tecnologia amplamente utilizada em países da Europa tais como a França, onde 100% dessas unidades já possuem chip.
A avaliação é do advogado Lorenzo Parodi, especialista no combate a fraudes e fundador do primeiro site brasileiro dedicado especificamente ao tema, o "Monitor das Fraudes". Além de esmiuçar um vasto acervo de fraudes aplicadas, o site ainda dá dicas de como o cidadão pode se precaver dos golpistas e o que fazer, caso se torne uma vítima de estelionato.
Segundo Parodi, os golpes que visam à clonagem de cartões de crédito abastecem, basicamente, grandes organizações criminosas. “De tudo que levantamos sobre o assunto, desde 1999 (quando o site foi criado), ficou claro que a clonagem de cartões, em pelo menos 70% dos casos, é administrada por organizações ligadas ao crime organizado, que se sustenta disso para se financiar e comprar drogas”, destaca. “Infelizmente há uma tendência brutal disso crescer, pois é algo que explora as novas tecnologias de forma inovadora."
O combate, segundo o especialista, se dá pela informação. “Falta ainda a devida divulgação de que esses crimes ocorrem, e muito. Se o golpe do bilhete premiado data de 1940 e está ainda em circulação, tanto tempo depois, esses golpes que se valem da tecnologia precisam ser divulgados massivamente, só assim se educa preventivamente a população”, opina.
O próprio golpe do falso financiamento, disse, é antigo. “É que originalmente era por meio de anúncios em jornais do interior de SP; hoje em dia, os estelionatários conseguem simular a existência de uma financeira usando e-mails, sites... só muda, em suma, o modo de execução. E nisso o celular também abriu muitas portas aos golpistas, pois é mais difícil de rastrear."
Em relação às ações preventivas, Parodi destaca que a tarefa de orientação não cabe apenas ao poder público, mas à sociedade, em parceria. “Combater isso cabe a todo mundo, não adianta se procurar por um culpado. Há, sim, é que se criar uma sinergia entre toda a sociedade porque a fraude atinge qualquer um. Conheço policiais, advogados, juízes, psicólogos que foram vítimas. Não existe uma categoria isenta. Mas se a pessoa está informada, prevenida, as chances de se tornar mais uma vítima reduzem fortemente”, finaliza.
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