Aposentado compra carro com 34 mil moedas de R$ 1 e mobiliza 20 funcionários em concessionária
Ao completar 50 anos de casamento, na semana passada, o agricultor baiano aposentado José Cardoso dos Santos, 73, resolveu presentear a si e à mulher, Maria Santos, com um carro zero quilômetro. E para isso, usou uma forma de pagamento inusitada: só moedas de R$ 1 para atingir o valor de R$ 34 mil à vista. O caso chamou a atenção de moradores da cidade de Bom Jesus da Serra (450 km de Salvador), onde mora o casal. O município tem aproximadamente 10 mil habitantes.
Segundo Santos, foram sete anos juntando as moedinhas para fazer uma surpresa à família. Ele conta que trocava cédulas de valores diferentes pelas moedas em todo o comércio local, sem revelar o motivo. O dinheiro era guardado em um cofre, na casa de um amigo, na cidade vizinha de Jequié.
O veículo escolhido foi o modelo novo do Fiat Uno, adquirido em uma concessionária de Jequié, no dia 2 de abril. O carro substituiu outro da marca, mais antigo, dado de presente à filha caçula do casal.
A consultora de vendas da concessionária, Neiva Samara, conta que o genro de Santos esteve na loja dias antes, para escolher o carro. No sábado seguinte, ele e o sogro voltaram ao local para fechar o negócio, já com o dinheiro em mãos. “Ninguém sequer desconfiava a forma como eu pagaria. Só nós dois sabíamos”, conta Santos.
Após preencher a papelada, a vendedora perguntou sobre a forma de pagamento e ouviu como resposta que seria à vista. Em seguida, as moedas –acondicionadas em cinco sacos de nylon– foram apresentadas.
A venda só foi fechada após a contagem das 34 mil moedas. “O negócio mobilizou os 20 funcionários da concessionária, que pararam as suas atividades por cerca de duas horas para contar o dinheiro. Todo mundo participou da venda”, relembra bem-humorada a consultora. “Pense no trabalhão, mas foi divertido.”
Segundo ela, o dinheiro ficou guardado na revenda até a segunda-feira seguinte, quando foi levado para a agência bancária onde a empresa tem conta. “Foi outra mão de obra, porque o banco só aceitava o dinheiro em lotes de R$ 5.000. Então tivemos que recontar tudo, e dividir o montante de 5.000 em 5.000, para depositar.”
De acordo com Samara, Santos ficou amigo dos funcionários. “Ele é uma pessoa muito gente boa, alto astral. Realmente nos pregou uma peça, porque em momento algum ele comentou como seria a forma de pagamento e ainda se divertiu com a nossa expressão de surpresa. Mas valeu à pena porque quebrou a rotina”, disse.
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