Polícia do Pará admite não ter pistas sobre assassinato de líderes extrativistas; enterro será na quinta-feira
O secretário de Segurança do Pará, Luiz Fernandes Rocha, afirmou nesta quarta-feira (25) que a Polícia Civil não tem nenhuma pista direcionada sobre os assassinos ou mandantes do assassinato do casal de líderes extrativistas José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, assassinados ontem (24), no projeto de assentamento Praia Alta Piranheira, em Nova Ipixuna, sudeste do Pará. O casal era conhecido por denunciar as madeireiras que atuam no local.
Rocha disse, em entrevista coletiva ao lado do delegado geral da Polícia Civil do Estado, Nilton Athayde, que eles trabalham com um leque de linhas e no momento não há "nenhuma linha específica". Eles chegaram esta manhã em Marabá, a 60 quilômetros de Nova Ipixuna, para acompanhar de perto as investigações.
Segundo o secretário e o delegado geral, as investigações contarão com policias das Delegacias de Conflitos Agrários de Belém e Marabá, do Núcleo de Apoio a Investigação (NAI), de Marabá, comandados pessoalmente pelo delegado-geral adjunto do Estado, Rilmar Firmino de Sousa, além de agentes da Polícia Federal.
Ameaças anteriores
Depoimento de Zé Cláudio no TEDxAmazônia
Com relação a boletins de ocorrência com ameaças anteriores que teriam sido registrados pelos sindicalistas, Luiz Fernandes informou que a polícia procurou em todo o sistema da Polícia Civil, que é interligado em todo o Estado, mas não encontrou nenhuma ocorrência que teria sido feita pelas vítimas. “Se tivesse alguma ocorrência poderia ter se iniciado uma investigação, mas isso também não é determinante e o que se quer agora é se apurar o que ocorreu”, afirmou.
A denúncia foi apresentada ao Ministério Público Federal em Marabá, com nomes de madeireiros de Jacundá e de Nova Ipixuna que pressionavam os assentados daquela área, em Maçaranduba, para venderem suas terras ou colaborarem com o desmatamento ilegal. O Ibama chegou a abrir um inquérito para apurar o caso.
O delegado Nilton Athayde informou, por sua vez, que os sistema de segurança pública municipal, estadual e federal estão trabalhando juntos.
Ele solicita que quem tiver alguma informação que contribua para as investigações, uma vez que não houve testemunhas -- quem tiver informações, pode telefonar para o número 181.
Os corpos do casal continuam sendo velados em Marabá e o sepultamento foi adiado para a manhã desta quinta-feira (26), em cemitério público da cidade.
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