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Vereadora de Minas Gerais defende extermínio de animais de rua e cria polêmica

Rayder Bragon <br>Especial para o UOL Notícias <br>Em Belo Horizonte

25/05/2011 17h58

A divulgação de um vídeo no qual a vereadora Silvia Fernanda de Almeida (PMDB), da cidade de São João Del-Rei (MG), prega o extermínio de animais de rua causou polêmica no município, que fica na região central do Estado, a 215 quilômetros de Belo Horizonte. A vereadora nega que seja autora de projeto com esse intuito.

O vídeo, em que a parlamentar aparece fazendo um aparte, foi gravado em sessão da Câmara de Vereadores no último dia 10 deste mês. As imagens vazaram para a internet e a vereadora foi alvo de muitas críticas de associações de proteção de animais e do próprio prefeito da cidade, que afirmou vetar projetos que chegassem às suas mãos com esse objetivo.

VEJA O VÍDEO

Nas imagens (assista ao lado), em dado momento, Silvia Almeida diz: “Tem animal solto na rua? Tem que matar. Eu sou a favor de uma atitude que ponha fim definitivamente ao problema”, afirmou.

Em seguida, a vereadora defende que o dono do animal seja notificado e dado a ele prazo de dois dias para retirar o bicho.

“O dono tem 48 horas para tomar providência. Não tomou? Mata”, afirmou.

Ela ainda voltou a se referir ao extermínio mais adiante, conforme a gravação.

“Eu quero fazer um projeto de lei para matar cavalo, burro, égua, vaca e porco. Achou na rua, falou com o dono: (você tem) 48 horas. Não providenciou (a retirada do animal), mata”, enfatizou.

Procurada pela reportagem do UOL Notícias, ela se defendeu ao afirmar que não propôs projeto para acabar com “todos” os animais soltos nas ruas da cidade e que a declaração no vídeo foi “infeliz e retirada do seu contexto”.

“Em momento algum eu me referi a cães e gatos no meu projeto. Mas nós estamos vivendo um problema medieval aqui. A cidade está inundada com cavalos, porcos e vacas soltos (nas ruas)”, disse.

Segundo ela, pelo texto apresentado, apenas esses animais, capturados nas ruas e não reclamados pelos donos após notificação, seriam destinados a duas instituições de caridade, que poderiam sacrificá-los para alimentar os internos.

“Quando eu defendi esse projeto, eu cometi um abuso de retórica, que poderia ser cometido, por exemplo, por qualquer mãe que fala assim: esse menino não tem jeito, 'só matando'. Foi uma declaração infeliz na defesa da solução do problema”, disse, referindo-se ao vídeo.    

A vereadora atribuiu a controvérsia suscitada a "inimigos políticos", porém, sem citar nomes.

“Estou careca de saber que jamais poderia propor um projeto desses. O que houve foi que meus inimigos políticos se aproveitaram da minha falha e tiraram a minha fala do contexto e disseminaram na mídia”.

A parlamentar disse ainda que retirou da pauta o projeto sobre a destinação dos animais não reclamados porque pretende “enriquecê-lo”.

Questionada sobre sua relação com os animais, a vereadora afirmou que “ama os animais”.

“A minha relação com os animais sempre foi de muito amor e muito carinho”, explicou.